Banco Central do Brasil
Jornal O Globo/Nacional - Economia
terça-feira, 24 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
Conforme o rumo que Sachsida tomar, ele terá de fazer
trocas também no conselho, que desde o início do
governo vem resistindo a mudanças bruscas na política
de preços. LIDANDO COM A PRESSÃO Diante desse
quadro, parte do alto escalão da Petrobras estuda
saídas para segurar o aumento de preços, sem
comprometer seu papel à frente do conselho. Seria uma
forma de conciliar a pressão do governo e evitar saídas
que representem uma interferência ainda maior na
companhia.
Entre as opções estão ajustes no critério de cálculo da
política de preços. Hoje, os valores de gasolina e diesel
são corrigidos levando em conta dólar, petróleo (com
mix do Brent, usado em todo o mundo, e do WTI, que
baliza o mercado americano) e a volatilidade.
Segundo uma fonte, podem ocorrer alterações pontuais
relacionadas à volatilidade. Hoje, ela é calculada com
base em média móvel diária, mas poderia ter período de
tempo maior. Trata-se de mudança no 'critério de
cálculo', que pode levar a reajustes para cima ou para
baixo independentemente de período predefinido.
Assim, se os preços internacionais subirem muito
rápido, como ocorreu no início da guerra da Ucrânia, em
fevereiro, quando o barril chegou perto de US$ 130, o
preço seria corrigido em menos de cem dias. Fontes
ligadas ao alto escalão da estatal criticaram a proposta
do ministro, afirmando que criar um critério 'não significa
congelar o preço por cem dias'.
Segundo dados de mercado, citados pela Vibra (antiga
BR Distribuidora) em seu relatório do primeiro trimestre,
os preços de diesel atingiram volatilidade cerca de
quatro vezes a sua média histórica. A expectativa é que
haja apresentação sobre o tema amanhã, na reunião do
Conselho de Administração da Petrobras. 'A política de
preços tem que se observar a razoabilidade econômica',
disse uma fonte.
Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
Paulo Guedes