CONSUMO - Medidas paliativas
Banco Central do Brasil
Revista Meio & Mensagem (2)/Nacional - Marketing
segunda-feira, 23 de maio de 2022
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Autor: GIOVANA ORÉFICE
Alta da inflação e instabilidade internacional forçam
varejo a estabelecer estratégias promocionais para
compensar queda do poder de compra
Se há pouco mais de dois anos o consumidor brasileiro
saía do supermercado com o carrinho cheio de
compras, agora o cenário soa como uma doce nostalgia
de bons tempos passados. O cenário econômico vem
sendo pautado pela alta da inflação. A projeção do
mercado para o índice neste ano foi de 7,65% para
7,89%. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) registrou inflação acumulada, entre maio de
2021 e abril de 2022, de 12,13%. O resultado é o mais
alto desde 2003, quando o acumulado chegou próximo
da casa dos 18%. Além disso, em 5 anos, o real perdeu
quase 30% de seu poder de compra. Neste contexto, a
principal vítima é o consumidor.
A questão inflacionária também sofre com oscilações de
mercados exteriores, como aconteceu com a pandemia
e a guerra entre Rússia e Ucrânia. “Esse fenômeno
inflacionário não é uma coisa particular do Brasil, o
mundo inteiro enfrenta uma inflação ímpar”, indica
Cláudio Felisoni, economista e presidente do Instituto
Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de
Consumo (Ibevar). “Os Estados Unidos estão com uma
inflação não vista nas últimas décadas. O começo do
fenômeno se registra na Europa e está associado às
necessidades de enfrentamento da pandemia e de
colocação de dinheiro na economia de modo a mitigar
os efeitos dramáticos que o vírus trouxe em termos de
empregos e fechamento de negócios”, contextualiza.
“O consumidor não tem renda nominal todo mês e a
inflação vai comendo esse poder de compra na medida
em que os produtos sobem e o salário não. Não é um
aumento de preço uniformizado, varia por categorias.
Tem a inflação dos serviços, alimentação, gasolina,
transporte", afirma Benjamin Rosenthal, professor e
especialista em cultura de consumo da FGV EAESR
Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe), o reajuste mediano salarial ficou
6,5% abaixo da inflação.