Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-24)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Meio & Mensagem (2)/Nacional - Comunicação
segunda-feira, 23 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Ipea

profissionais independentes e creators às empresas.
“Antes do open talent se consolidar como modelo,
víamos formatos mais tradicionais de relação
profissional. O open talent, que foi muito acelerado pela
pandemia, vem mostrar tanto para empresas quanto
para os talentos que existem outras formas possíveis de
colaboração”, explica Karina Rehavia, CEO e fundadora
da Ollo.


Nesse novo formato, as empresas têm acesso aos
profissionais e às suas habilidades, mas não têm
contratos rígidos e exclusivos com essas pessoas.
Nesse modelo, o talento fica livre para trabalhar com
mais de uma empresa ao mesmo tempo, além de poder
trabalhar de onde quiser. “Esse ponto de você poder
trabalhar para múltiplas empresas e onde você quiser
está fazendo as pessoas se questionarem várias coisas,
se estão fazendo o que gostam, se estão na melhor
oportunidade de emprego. Esse nível de
questionamento está criando essa insegurança ou
indecisão na cabeça das pessoas”, comenta Gabriel
Matias, fundador e CEO da Crowd.


ÊXODO DE TALENTOS Para Matias essa insegurança
e indecisão são algumas das razões pelas quais os
profissionais estão deixando seus atuais empregos, no
movimento que começou nos Estados Unidos e que
ficou conhecido como great resignation ou big quit, que
pode ser traduzido como a “grande renúncia” ou “êxodo
de talentos”. Cerca de 4 milhões de pessoas deixaram
seus empregos todo mês no ano passado nos EUA
totalizando 48 milhões de demissões em 2021, segundo
dados do Departamento estadunidense do trabalho,
divulgados pela CNBC em janeiro deste ano. Esse
número representa uma alta de 23% em relação aos
níveis pré-pandemia.


Apesar de ter tido início nos Estados Unidos, esse
movimento também está chegando ao Brasil. Do total
de 1,8 milhão de demissões no mercado formal em
março deste ano no País, 603 mil foram a pedido do
trabalhador, o que equivalente a 33% do total. Os


números são fruto de um levantamento feito pela LCA
Consultores, que considera os dados do Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged), que
contabiliza as vagas com carteira assinada no País.
Esse é o maior índice de demissões a pedido em um
único mês desde janeiro de 2020, início da série
histórica do Caged com a metodologia atual de
contagem de vagas.

A partir da tese de que a tendência da fuga de talentos
também pode estar acontecendo no Brasil, a Robert
Half, empresa de recrutamento especializado, realizou
em uma pesquisa com profissionais qualificados de
mais de 25 anos, que mostrou que 49% dos
empregados pretendiam buscar novas oportunidades
em 2022. Ao serem questionados sobre a motivação,
61% afirmaram que querem mudar de empresa, mas
permanecer na mesma área. Os outros 39% disseram
ter interesse em uma nova área, segmento ou profissão.
Para realizar o estudo, a empresa ouviu mais de 1.100
profissionais, igualmente divididos entre recrutadores,
empregados e desempregados, em novembro do ano
passado.

Vale lembrar que esse cenário de demissões acontece
em meio a um desemprego que atinge 12 milhões de
brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a renda
média do brasileiro (rendimento real habitual) voltou a
cair - menos 1,1% em relação ao último trimestre e
menos 9,7% na comparação com o mesmo período de


  1. Com isso, a renda média ficou em R$ 2.489.


Também de acordo com dados do IBGE, no terceiro
trimestre de 2021, a taxa de desemprego de
profissionais qualificados no Brasil foi de 6,3%. Segundo
especialistas, números próximos a 5% são indicativos
de pleno emprego. Com base no Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), a Robert Half
concluiu que 51% das demissões de profissionais
qualificados no terceiro trimestre de 2021 ocorreram a
pedido das próprias pessoas. Profissionais qualificados
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