Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-25)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Revista Exame/Nacional - Casual
terça-feira, 24 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Quando eu saí da África do Sul havia por lá o apartheid,
e o país sofria um boicote internacional. A Suíça sempre
foi neutra, era um dos únicos três países que nos
aceitavam, além de Israel e Inglaterra. Fui para Zurique
sem saber nada do país, só que ficava na parte alemã.


Em quantos países você já esteve? Olha, eu velejei 27
vezes pelo mundo. Meu barco foi construído em São
Paulo. De lá fui para Argentina, Chile, Peru, Bolívia,
Venezuela, Panamá, Costa Rica, Estados Unidos,
Canadá, Groenlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca,
Polônia, Rússia, Holanda, França, Portugal, Espanha,
França de novo, Mônaco, Croácia. Estive em todos os
lugares do mundo. Só não ia a algum lugar quando
havia guerra. Eu não me importaria se a natureza me
matasse. Se estivesse em uma montanha, cometesse
um erro e caísse, ok. Mas se alguém atirasse em mim,
aí não seria ok.


Você fez de tudo, esteve em todos os lugares. Dá para
destacar alguma aventura? São sempre a primeira e a
última. A primeira foi quando nadei no Rio Amazonas,
do Peru a Belém do Pará. Eu sabia que era fisicamente
forte, mas depois de seis meses é preciso estar forte
mentalmente. Depois de uma aventura dessas você fica
confiante, aprende a tomar decisões. Eu tenho 30 anos
de decisões tomadas, sei aceitar as consequências. Na
minha última expedição, quando cruzei o Polo Norte do
Alasca à Groenlândia, fiquei correndo atrás de comida,
as camadas de gelo se moviam. Foi mais difícil, talvez
porque esteja mais velho ou porque meus sonhos são
muito grandes.


Você diz que sempre quis ser um aventureiro. Em que
momento percebeu que isso poderia ser uma profissão?
É uma evolução. No começo eu pagava para viajar de
férias. Depois comecei a escalar, e a querer mais e
mais. Precisava de mais dinheiro ou comercializar
minhas viagens. Para um explorador, isso significa
adicionar valor para uma marca. Se você faz o que
ninguém mais fez, você adiciona valor. Então você
chega a um estágio em que pode morrer na sua


aventura. Então você é um profissional. Não é mais por
diversão. É uma decisão entre a vida e a morte.

Como é o apoio que você tem da Panerai? Nossa
parceria tem 21 anos. A Panerai investiu em meu nome,
me ajuda a sobreviver. Quando eu fui ao Polo Norte,
eles fizeram um relógio que funciona a menos 70 graus
Celsius. Quando eu construí meu barco em São Paulo,
eu não tinha os 5 milhões de dólares que ele custava.
Eles contribuem para eu realizar meus sonhos.

Qual é seu próximo projeto? Vou visitar vocês no Brasil
[risos]. Vou à Amazônia novamente, em dezembro,
levar algumas pessoas para lugares remotos e pensar
juntos como podemos conservar a natureza. É o lugar
mais bonito que eu já vi. A vida, a diversidade, a
borracha, a chuva, as pessoas. Tudo lindo!

CINEMA - As apostas de Cannes A Riviera Francesa
volta a receber os convidados do festival mais charmoso
do cinema. Confira três filmes que devem marcar esta
edição
As ruas do balneário da Riviera Francesa, que dá nome
ao festival de cinema mais charmoso do mundo, ficarão
movimentadas nos próximos dias. Entre 17 e 28 de
maio, Cannes será palco de diversas estreias
cinematográficas e premiações, entre elas a Palma de
Ouro. No ano passado, o filme que levou a honraria
máxima foi o polêmico Titane, que conta a história
violenta de uma dançarina sexualmente obcecada por
carros. Dirigido pela francesa Julia Ducournau, segunda
mulher na história a levar a cobiçada premiação, o filme
gerou mal-estar e crises nervosas em alguns
espectadores.

Nesta 75ª edição da mostra, outro terror psicológico
concorre ao prêmio principal. Crimes of the Future, de
David Cronenberg, mostra uma sociedade distópica em
que a evolução dos corpos humanos passa a ser feita
de maneira artificial. Ao todo, Cannes exibirá 50 filmes,
sendo que 18 concorrem ao prêmio principal e alguns
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