Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-27)

(Antfer) #1

REAJUSTE RECORDE


Banco Central do Brasil

Jornal O Globo/Nacional - Economia
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Cenário Político-Econômico - Destaques Jornais
Nacionais

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Autor: LUCIANA CASEMIRO E POLLYANNA BRÊTAS


A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
anunciou ontem um reajuste recorde para os planos de
saúde individuais e familiares de 15, 5%. O percentual
supera a inflação acumulada em 12 meses até abril, de
12, 13%. Trata-se do maior aumento de mensalidade
desde que a agência foi criada, em 2000. Até então, o
maior índice havia sido aplicado em 2016, de 13, 57%.


O reajuste é válido para o período entre 1º de maio
último e 30 de abril de 2023 e é aplicado na data de
aniversário do contrato. Este aumento atinge oito
milhões de contratos individuais e familiares, que
representam 16, 3% dos 49, 35 milhões de usuários da
saúde suplementar segundo dados preliminares de
abril. Nos contratos coletivos - empresariais ou por
adesão -vale a livre negociação ejá existem casos de
aumento de até 90%, o que tem levado muitas
empresas a recorrerem à Justiça para rever o
percentual.


A decisão foi tomada em reunião extraordinária da
agência, com apenas um voto contrário, da diretora


Eliane Medeiros. Apesar de reconhecer a seriedade do
trabalho e do índice, ela foi contra o reajuste, mas sem
justificar o voto.

IMPACTO NA INFLAÇÃO

No ano passado, diante da redução de procedimentos
em razão das medidas de isolamento social impostas
pela pandemia, houve uma redução inédita no valor das
mensalidades destes contratos, de 8, 19%. Segundo
Cesar Serra, diretor adjunto da Diretoria de Normas e
Habilitação de Operadoras da ANS, é preciso levar em
conta não apenas o reajuste deste ano, mas os três
anos de pandemia.


  • A nova metodologia de reajuste da ANS está em vigor
    há quatro anos e reflete o que foi feito no ano anterior.
    Em 2020, apesar do contexto, o reajuste foi de 8%,
    porque era um espelho do que tinha sido feito em 2019.
    E o do ano passado foi negativo em 8, 19% (houve
    queda de preço) - afirma Serra.


A Abrampge, associação dos planos de saúde, afirma
que 2021 e 2022 representam um período atípico e não
se espera um comportamento similar nos próximos
anos.


  • A tendência é que, no ano que vem, não haja variação
    tão grande, e o reajuste volte a um dígito, como vinha
    sendo observado pré-pandemia - afirma Renato
    Casarotti, presidente da Abrampge.


Segundo cálculos da Mercer Marsh Benefícios, no ano
passado, a Variação do Custo Médico Hospitalar, a
chamada inflação da saúde, bateu em 22, 59%, após
retração de 2, 1% no primeiro ano da pandemia.

Com a volta à rotina, os usuários de planos voltaram a
usar serviços médicos, a realizar procedimentos
eletivos, que tinham ficado em segundo plano durante o
momento mais grave da pandemia.

Para o economista André Braz, coordenador do Índice
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