Clipping Jornais - Banco Central (2022-05-27)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - A Fundo
sexta-feira, 27 de maio de 2022
Banco Central - Perfil 1 - Janet Yellen

credo. O que torna os EUA extraordinários é que
estamos a caminho de nos tornar a primeira democracia
multirracial e multiétnica do mundo.'


Os republicanos nem sempre levaram vantagem em
questões de guerra cultural. Em 2016, um projeto de lei
da Carolina do Norte que obrigaria as pessoas a usar
banheiros de acordo com o sexo biológico de
nascimento levou a uma enorme reação contra os
republicanos.


RETALIAÇÃO. Grandes empresas, incluindo o PayPal,
cancelaram planos de se mudar para o Estado ou
expandir suas atividades por lá. O então governador,
Pat McCrory (republicano), que sancionou a legislação,
pagou o preço político por isso, tornando-se o primeiro
governador da Carolina do Norte a perder a disputa pela
reeleição na história, em um Estado que votou para
Donald Trump ocupar a Casa Branca. Pesquisas de
opinião mostraram que dois terços dos eleitores se
opunham à lei.


Agora, os republicanos afirmam que a paisagem mudou.
'Sinto que definitivamente o momento está do nosso
lado', afirmou Ralph Reed, fundador da Coalizão Fé e
Religião e líder social conservador. 'A esquerda se
envolveu em uma quantidade enorme de políticas
exageradas em todos os campos, e as questões
culturais não são exceção.'


Os republicanos parecem mais encorajados a enfrentar
grandes empresas em relação a temas culturais depois
dos quatro anos da determinação de Trump em romper
com o empresariado americano. O governador da
Flórida, Ron DeSantis, confrontou o grupo Disney em
relação a uma legislação parental a que o
conglomerado empresarial se opôs e atacou seus
privilégios fiscais.


LEGISLAÇÃO. Pouco depois, o senador Marco Rubio
(republicano da Flórida) apresentou uma legislação
mirando também o que ele chamou de 'corporações
lacradoras'.


'Nosso código fiscal deve ser pró-família e promover a


cultura da vida', afirmou Rubio em um comunicado a
respeito do projeto de lei. A legislação proibiria
empresas de reivindicar benefícios fiscais se suas
funcionárias viajarem para realizar abortos ou relativos a
assistência de afirmação de gênero para filhos de
empregados.

Alguns conservadores afirmam que a narrativa de sua
guerra cultural reverbera de maneira particularmente
positiva entre um eleitorado crucial. 'O voto hispânico é
o aglutinador da política americana nesse momento',
afirmou Reed.

Um exemplo é o tema da imigração, no qual os
republicanos têm ganhado terreno consistentemente.
Entre os hispânicos, 57% apoiaram a manutenção das
restrições à imigração determinadas pela ordem
conhecida como 'Título 42', que impediu muitos
imigrantes de cruzar a fronteira sul dos EUA durante a
pandemia de coronavírus, de acordo com uma pesquisa
recente da Fox News. Biden sinalizou que essas
restrições serão suspensas este mês.

ALIENAÇÃO. Os democratas arriscam alienar essa
parte de sua coalizão em relação a outros temas.
Sessenta por cento dos eleitores hispânicos apoiam leis
que banem discussões sobre orientação sexual ou
política de gênero nas escolas em classes abaixo da 4.ª
série, de acordo com uma pesquisa Fox News recente.
Líderes democratas se opõem a essas medidas.

Reed afirmou que considera a legislação de direitos
parentais uma 'promoção de oferta de dois produtos
pelo preço de um' para os republicanos, pois ela tem
apelo tanto entre eleitores de minorias quanto entre
mães suburbanas com filhos em idade escolar,
argumentou ele.

MENSAGEM. Com o destino de Roe vs. Wade em jogo,
o Partido Republicano enfrentou certa dificuldade em
forjar uma mensagem. Por exemplo, enquanto
republicanos da Louisiana pressionam para criminalizar
o aborto, o Comitê Nacional Republicano para o
Senado, maior braço de campanha dos republicanos,
tentou se afastar dessa política e, num documento
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