MAGAZINE 305 | (^39)
UMDOSDESAFIOS PARA A
NAV BRASILSERÁMANTER
OSPADRÕESDESEGURANÇA
OPERACIONALDURANTE UM
MOMENTODETRANSIÇÃO
que fizessem rotas regulares entre
aeroportos de pequeno porte com
movimentação anual inferior a
600 mil passageiros (ou 800 mil na
região amazônica). Os incentivos
serviriam para pagar diversas tari-
fas aeroportuárias e parte do valor
das passagens, limitado a 50% dos
assentos disponíveis por aeronave.
O objetivo da SAC era garantir
que 96% da população brasileira
estivesse a 100 quilômetros ou
menos de um aeroporto com con-
dições de operar voos regulares. O
programa previa ampliação, refor-
ma ou construção de 270 aeropor-
tos e o aumento da capacidade dos
estados e municípios de geri-los.
Apesar da boa expectativa de
empresas aéreas e fabricantes de
aviões, o PDAR nunca chegou a
ser regulamentado pela Secretaria
de Aviação Civil e acabou sus-
penso pelo governo em junho de
2015, em decorrência de medidas
de ajuste fiscal. Hoje, a situação
continua indefinida. Segundo o
ministro da Infraestrutura Tarcísio
Gomes de Freitas, o futuro da In-
fraero passa necessariamente pelo
sucesso ou fracasso da aviação
regional no país. Ou seja, a Nova
Infraero precisará de uma susten-
tação econômica que dependerá
da aviação regional. Se isso não
for possível, admite o ministro, a
empresa será extinta.
A NAV BRASIL
A aviação mudou muito nos úl-
timos anos, com ênfase crescente
no binômio economia-segurança.
Operadores de aeronaves buscam
cada vez mais retorno pelas eleva-
das tarifas que desembolsam ao
decolar. Nesse aspecto, a criação
de uma empresa no Brasil cuja
razão de ser seja a navegação
aérea pode resultar, no médio
prazo, em melhor relação custo-
-benefício para os usuários da
aviação com aprimoramentos de
governança e economia de escala.
A principal justificativa para
embasar o projeto de criação da Nav
Brasil foi a complexidade da trans-
formação tecnológica que está em
curso no controle de tráfego aéreo.
Decea e Infraero já implementaram
mudanças importantes no sistema,
com benefícios perceptíveis aos
que usam o espaço aéreo brasileiro.
É o caso da criação de novas rotas
aéreas conectando aeroportos e
cidades importantes do Brasil, com
significativa redução nos percursos
voados. Tais benefícios vêm da
aplicação do conceito de Navegação
Baseada em Performance (PBN,
Performance Based Navigation), que
se vale, com se sabe, de recursos tec-
nológicos disponíveis nos sistemas
em terra, a bordo das aeronaves e no
espaço (satélites).
Para breve, estão previstas
medidas como redimensionamen-
to das áreas superiores de controle
e regiões de informação de voo
(UTA/FIR), uso flexível do espaço
aéreo, implementação de geren-
ciamento do fluxo de tráfego
aéreo (AFTM), além de melho-
rias nos serviços de informação
de voo e de meteorologia aero-
náutica, todos considerados de
segurança nacional. Um desafio
e tanto para a Nav Brasil, não só
pela complexidade operacional
em si, mas, também, e princi-
palmente, pela responsabilidade
de manter os elevados níveis de
segurança operacional do trans-
porte aéreo em um momento
de transição.
antfer
(Antfer)
#1