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Os agentes da Anac seguem um
protocolo ao realizar a inspeção
em rampa. Cada item do checklist
reserva sua especificidade.
Esmiuçamos aqui as diferentes
áreas deste documento, com
o propósito não só de abordar
aspectos importante para aviação
geral como, também, convidar o
leitor a conhecê-lo na íntegra.
Tripulação
Da tripulação, espera-se que
esteja preparada para o voo, na-
quele dia, naquela aeronave e na
condição meteorológica reinante.
Então, se o voo será realizado ou
se deu sob regras IFR (voo por
instrumento), em uma aeronave
capaz de voar PBN (Navegação
com base em desempenho), a
inspeção vai verificar a capaci-
tação técnica da tripulação. Na
aviação geral privada, o piloto
solo, que voa um monomotor,
precisa ter sido aprovado para
operações Rnav (Navegação de
área) na revalidação de sua habi-
litação MNFR (monomotor IFR).
E isso deve constar na sua FAP
(Ficha de Avaliação de Piloto).
Mas essa FAP é remetida à Anac
pela entidade que o aprovou.
Por isso, é prudente que o piloto
mantenha uma cópia consigo.
Os CMA (Certificado Médi-
co Aeronáutico) também serão
checados, mesmo não sendo
de porte obrigatório. Se constar
alguma restrição, como o uso de
óculos, a inspeção irá verificar
o cumprimento. Nesse caso,
um par de óculos reserva será
cobrado, mesmo que o piloto
use lentes de contato.
Aeronave
Já a aeronave precisa portar o
Form 900-76, formulário emiti-
do por uma oficina homologada
para o modelo. Nessa ficha
estão descritas as capacidades
RNAV e RNP (Performance de
navegação exigida) que podem
ser confrontadas pela inspeção
com os procedimentos que
acabaram de ser realizados.
Pode haver alguma con-
fusão sob qual regulamento
a operação atual esta subor-
dinada. Uma aeronave Piper
Sêneca, por exemplo, pode ser
utilizada em diversas opera-
ções, de um voo privado sob
VFR (regras de voo visual)
ao transporte remunerado de
passageiros em uma em-
presa de táxi-aéreo, em voo
IFR PBN. Então, conforme
a complexidade da operação
ou da exploração comercial
cresce, também se elevam as
exigências previstas nos RBAC
(Regulamentos Brasileiros de
Aviação Civil) e IS (Instruções
de Serviços).
Transporte
privado
Quando se volta para a aero-
nave de transporte privado, em
geral, a inspeção se debruça so-
bre três focos. Inicialmente, o
inspetor verifica a documenta-
ção de porte obrigatório. Além
dos Certificados de Matrícula
(ou de marca experimental
para os experimentais) e o
Certificado de Aeronavegabili-
dade (ou de autorização de voo
experimental), a inspeção bus-
ca verificar o diário de bordo.
Nesse momento, as chances de
se encontrar alguma discre-
pância são maiores. As regras
de preenchimento de diário de
bordo mudaram nos últimos
anos, deixando alguns pilotos
ainda inseguros de como fazê-
-la.
Fretamento
Para os que vendem seus
serviços e, portanto, subme-
tidos à regulação para pilotos
profissionais, a jornada de
trabalho deve ser registrada
no campo pertinente, além das
horas voadas. Longas jornadas
podem colocar a operação
em risco. Vale lembrar que
no acidente do grupo musical
Mamonas Assassinas, em 1996,
aquela tripulação já estava
em sua décima sexta hora de
jornada e, segundo o relatório
de investigação, o piloto teria
dito estar “sentindo areia nos
olhos” antes de decolar para
sua última viagem.
PASSO A PASSO
DA VERIFICAÇÃO
Fiqueatentoaosdetalhesdeumainspeçãodevoo
antfer
(Antfer)
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