92 QUATRORODASFEVEREIRO
AUTO-SERVIÇO
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REPORTAGEM
SINCRONIA PERFEITA
Mais duráveis, correntes metálicas no motor voltam a ser usadas pelas marcas.
Mas quais as vantagens em relação às correias dentadas?
- POR FERNANDO MIRAGAYA
A
indústria experimenta ondas
curiosas. As correntes metálicas
de distribuição, abandonadas
por parte dos fabricantes nos anos
70, voltam a ser usadas, mesmo em
motores menores e segmentos de en-
trada, no lugar das correias dentadas.
É o caso do Firefly de três cilindros da
Fiat. Mas também da Hilux diesel, que
nas últimas versões passou a adotar a
corrente. Tanto uma como a outra são
essenciais para o funcionamento do
motor, já que fazem a sincronia entre
virabrequim e comando de válvulas.
Na época alegou-se que as cor-
reias, feitas de borracha, eram mais
leves e silenciosas. Inevitavelmente
as correntes são mais ruidosas, mas o
principal motivo era que representa-
vam maior custo. Contudo, as peças
metálicas têm o apelo da durabilida-
de. A vida útil passa fácil de 150.000
km, enquanto a correia deve ser tro-
cada, em média, a cada 60.000 km.
Mas o intervalo da correia varia de
marca para marca. Algumas pedem
a troca em 120.000 km, como a VW
com o Up!, ou até 240.000 km no caso
da Ford, com a correia imersa em óleo
do Ka 2019. Ainda assim, especialistas
dizem que a peça de borracha deve
ser verificada a cada 10.000 ou 20.000
km. Isso porque o material é mais
passível de acumular poeira e sujeira,
ressecar e... de arrebentar. E correia
(ou corrente) rompida significa que o
motor vai parar de funcionar corre-
tamente. Além disso, corre-se o risco
de, com a perda de sincronismo, os
pistões baterem nas válvulas, o que vai
exigir uma retífica.“Dono de veículo
que sai de fábrica com corrente difi-
cilmente se preocupa com manuten-
ção e troca da peça. Às vezes, o item
tem vida útil equivalente à do motor,
enquanto a correia dentada pede tro-
cas com maior frequência”, compara
o professor Maurício Trielli, do depar-
tamento de engenharia mecânica da
Fundação Educacional Inaciana (FEI).
OLHOS E OUVIDOS ATENTOSSe seu
carro tem correia dentada, não preci-
sa ficar paranoico. Basta fazer a ma-
nutenção correta do veículo e solici-
tar ao mecânico que confira o estado
da peça a cada 10.000 km ou 20.000
km – geralmente o componente é
verificado em toda revisão obriga-
tória nas concessionárias. Mas você
mesmo pode checar. Retire a capa
protetora e observe se a borracha está
com rachaduras, se aparenta resse-
camento ou algum dente está danifi-
cado. Caso positivo, vá a uma oficina
e peça a substituição imediata.
A corrente metálica
tem o benefício
da durabilidade,
enquanto a...