Quatro Rodas - Edição 718 (2019-02)

(Antfer) #1

FEVEREIROQUATRORODAS 93


esticadas corretamente. Esticada


demais, vai diminuir sua vida útil.


Frouxa, vai gerar ruído e ainda corre-


-se o risco de a correia pular um dente.


TEM COMO PRESERVÁ-LAS?Muitos


mecânicos e especialistas condenam


o ato de fazer o carro pegar no tranco,


para preservar a correia dentada de


um esforço abrupto. Também é acon-


selhável fazer as trocas de marchas no


tempo certo e evitar cantar pneus – o


que força, em cadeia, a junta homo-


cinética, embreagens e a correia.


Para as correntes, a dica é estar


com o sistema de lubrificação sempre


em dia e fazer troca de óleo e filtro nos


prazos determinados e estar atento ao


funcionamento da bomba. Isso por-


que as peças de metal são banhadas


pelo próprio lubrificante do motor.


SERVIÇOProcure a concessionária


ou oficina de confiança para trocar a


peça. Opte por marcas de qualidade


e boa reputação, que usam materiais


mais resistentes. Em caso de substi-


tuição da corrente, recomenda-se a


troca da guia, que é de plástico rígido


e pode vir a desgastar com o tempo.


Já nas correias dentadas, a troca do


tensor ou rolamento não é obrigató-


ria – depende do estado da peça. “Ao


trocar a correia, é importante verificar


a condição do rolamento. Caso esteja


muito desgastado, será preciso efetu-


ar a substituição.”, diz Guiotoku.


CUSTO As correias são bem mais


baratas. Exemplo dentro da mesma


marca: a peça no VW Up! TSI custa


entre R$ 150 e R$ 200, enquanto a


corrente do Golf TSI passa de R$ 1.100.


TENDÊNCIA A aplicação de correntes


no lugar das correias deve se propagar


até pelos próprios rumos irreversíveis


da indústria, em tempos de downsi-


zing, com motores cada vez menores


e mais potentes. “As peças terão de


resistir a um acoplamento maior. Por


isso, é mais garantido usar corrente


pela resistência maior a esse esforço


adicional”, ressalta o professor da FEI.


NO BRASIL As correntes já são lugar-


-comum em boa parte das linhas ven-


didas no país. Marcas como Honda,


Nissan, Hyundai Brasil e Toyota só


usam as peças metálicas. Nos motores


a diesel, a corrente possibilitou maior


precisão na pulverização do com-


bustível para atuar junto ao sistema


common-rail de injeção direta. “A


corrente possibilita introduzir novas


tecnologias”, reconhece Guiotoku.


CORREIA DENTADA VAI MORRER?


Não, porque a escolha varia confor-


me o projeto. Boa parte dos modelos


de entrada de GM, Fiat e Volks usa a


peça de borracha, mesmo em moto-


res modernos, como o 1.0 TSI usado


em Up!, Polo e Virtus. Já a Fiat ado-


tou corrente no Firefly 1.0 6V (Mobi,


Uno e Argo), mas mantém a correia


na família Fire. Já a Ford garante que


a correia dentada lubrificada dos re-


trabalhados motores 1.0 três cilindros


do Ka dura até os 240.000 km.


... correia dentada


de borracha ganha


fácil quando o


assunto é custo


AO VOLANTECaso a correia ou a cor-


rente arrebentem, isso será percebido


imediatamente no desempenho do


carro. “A primeira coisa que acontece


é o motor perder rendimento, uma


vez que o tempo correto de abertura


e fechamento de válvulas será alte-


rado”, explica Ademar Guiotoku, ge-


rente de treinamento da Toyota.


E A CORRENTE?Embora mais difícil


de dar problema, é sempre bom ob-


servar de vez em quando o estado da


peça metálica. Veja se há algum ro-


letinho (pequena engrenagem den-


tada onde a corrente se movimenta)


trincado ou com desgaste acentuado.


“Mesmo assim, é muito raro, pois


todos esses roletinhos são tratados


termicamente”, explica Trielli.


POSSO EU MESMO TROCAR?É


preciso ter um bom conhecimento


e ferramentas adequadas, uma vez


que ambas as peças demandam jus-


tamente um sincronismo perfeito.


Além disso, a correia e a corrente


precisam estar não só reguladas como

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