Público • Sexta-feira, 1 de Novembro de 2019 • 25
NOVEMBRO
sáb. 9 às 16h
dom. 10 às 11h e às 16h
Sala Experimental | M/3
INFORMAÇÕES E RESERVAS:
Av. Prof. Egas Moniz, Almada
Tel.: 21 273 93 60 | http://www.ctalmada.pt
Até 17 NOVEMBRO
qua. e dom. às 16h | qui. a sáb. às 21h
Sala Principal | M/12
Espectáculo inserido na Mostra Espanha 2019
Romance de Aquilino Ribeiro
Música original de Alexandre Delgado
Encenação e adaptação de Teresa Gafeira
&HQ£ULRH̬JXULQRVGHAntónio Lagarto
Produção: Companhia de Teatro de Almada
Texto de Luis Vélez de Guevara
Encenação de Ignacio García
Co-produção
Companhia de Teatro de Almada
Compañia Nacional de Teatro Clásico
TEATRO
© Rui Carlos Mateus
TEATRO INFÂNCIA
© Rui Carlos Mateus
Quarta a Sábado às 21h30
e Sábado e Domingo às 17h00
SEVERA
O MUSICAL
de FILIPE LA FÉRIA
Reservas
213 405 700
964 409 036 - 1820
M/ 12
ESTA
SEMANA
CONDIÇÕES
ESPECIAIS
P/ TODA A FAMÍLIA
LOCAL
Vereadora do PSD na Câmara
Municipal de Lisboa
A intenção de votar
favoravelmente a nomeação de
Manuel Salgado para dirigir a
Sociedade de Reabilitação Urbana
(SRU) de Lisboa tornou-me o alvo
de ataques, fúrias e ameaças de
sectores do partido que servi
como vice-presidente, como
deputada, e que sirvo ainda como
vereadora de Lisboa. Não é a
primeira vez que tomo posições
que não são consensuais, mas
orgulho-me de não deixar que o
receio de desagradar interÆra no
meu julgamento e na minha
consciência. Gostaria de partilhar
e clariÆcar as minhas razões com
quem me elegeu e começar por
esclarecer alguns mal-entendidos
e desinformação que se
disseminam por aí. Vamos por
partes:
Em primeiro lugar, por uma
questão de coerência política e de
consciência, importa responder
com frontalidade à seguinte
pergunta: qual foi a obra e a marca
de Manuel Salgado na cidade de
Lisboa e qual foi a acção do PSD
relativamente às obras
estruturantes para a cidade nos
últimos doze anos em que esteve
como vereador?
Sem querer ser exaustiva, cito
apenas alguns exemplos: virou a
cidade para o rio, recuperou a
Ribeira das Naus, investiu na
reabilitação do espaço público na
frente ribeirinha de Lisboa,
recuperou o grande eixo central
de Lisboa com o percurso Avenida
da Liberdade-Avenida da
República e prolongamento a
norte da via estruturante central
de Lisboa e investiu em programas
de reabilitação do espaço público
como “Uma praça em cada
bairro”. É ainda responsável pelas
alterações ao PDM que permitiram
soluções criativas para colmatar a
escassez de recursos do município
sem prejudicar os agentes
económicos.
Em segundo lugar, como se
posicionou e votou o PSD nestas
questões e o que distingue a nossa
visão da implementada pelo
arquitecto Manuel Salgado?
Importa, pois, esclarecer e
recuperar alguma memória
histórica, porque numa grande
parte das obras e intervenções
mais signiÆcativas dos sucessivos
mandatos do Arq. Manuel Salgado,
e salvo algumas excepções sobre
as quais o PSD tinha um
entendimento diferente, o PSD
votou favoravelmente. Ora, neste
mandato, a acção do PSD em nada
diverge do que tem sido a essência
da acção do PSD durante os
sucessivos mandatos do Arq.
Manuel Salgado: votando a favor
nos projectos que consideramos
que valorizam a cidade e criam
melhores condições de vida para
as pessoas que aqui vivem, aqui
trabalham ou aqui circulam, e
fazendo oposição combativa mas
também construtiva relativamente
a uma visão que apesar de colocar
Lisboa no mapa das grandes
capitais internacionais — visão que
o PSD subscreve — esqueceu a
“Lisboa escondida”, ocupada por
pessoas sem voz, que o executivo
anterior e este abandonaram à sua
sorte.
E é sobretudo neste segundo
ponto que a nossa visão diverge do
programa do executivo liderado
por Fernando Medina cuja acção,
em meu entendimento, agravou o
fosso entre a cidade rica e a cidade
pobre e ajudou a empurrar para as
periferias muitas pessoas cujos
rendimentos não lhe permitem
pagar uma casa ou uma renda em
Lisboa. Ao contrário do actual
executivo, defendo um modelo
equilibrado, que aposte no
desenvolvimento e na coesão
social, de forma a tornar a cidade
mais inclusiva e menos assistencial
para com os mais fracos,
priorizando a mobilidade
territorial e social.
Queremos uma cidade aberta,
cosmopolita, diversa, global,
virada para o futuro mas que
simultaneamente promova a
coesão social e que enfrente sem
receio os problemas estruturais
sensíveis, relacionados com o
tecido social e humano da cidade.
Em terceiro lugar de que se trata
esta votação? É aqui que residem
os maiores equívocos e
desinformação, porque o que está
Opinião
Teresa Leal Coelho
em causa não são só as diferenças
e/ou semelhanças entre as visões
do arquitecto Manuel Salgado e as
do PSD; o que está em causa é a
nomeação do Arq. Manuel Salgado
para presidente da Sociedade de
Reabilitação Urbana — uma
empresa municipal que não tem
qualquer competência sobre a
orientação e o planeamento
urbanístico da cidade, nem
qualquer competência em matéria
de licenciamento urbanístico. No
seu novo formato, a SRU tem uma
missão muito especíÆca: a de
construir escolas, creches, centros
de saúde e casas para o programa
renda acessível.
Ao longo destes dois anos de
mandato em que me cabe a
coordenação política da vereação
do PSD de Lisboa tenho sempre
presente e matriz ideológica
social-democrata no que diz
respeito à descentralização,
respeito pela iniciativa privada, a
promoção da igualdade de
oportunidades e correspondentes
condições de acesso, e ainda na
defesa do interesse público e da
correcta ponderação entre os
diversos interesses que se
manifestam numa cidade aberta.
Como sempre em todos os
cargos e lugares que ocupei — e
naqueles para que fui eleita —
guio-me por critérios de coerência
política, avaliação de mérito e
competência. Neste caso, as
perguntas que me coloquei foram:
temos visões urbanísticas
diametralmente opostas sobre o
presente e o futuro da cidade?
Tem o Arq. Manuel Salgado
competência proÆssional para
continuar a dirigir uma empresa
municipal com esta missão? A sua
nomeação serve Lisboa? Ainda
ninguém me conseguiu
demonstrar por a+b que não tem a
competência, idoneidade e
experiência para levar a cabo esta
missão. Não me revejo no tipo de
oposição que se esgota no ataque,
na difamação e na calúnia e que
não consegue apresentar uma
única ideia ou visão alternativa
para a cidade. Não é essa a minha
forma de fazer política nem nunca
será. Faço política útil; não faço
política fútil.
Critérios
de coerência
política