Freud e seus Fantasmas - Rafael Rocha Daud

(Antfer) #1

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que desvendar esse segredo a levará a superar esse
sofrimento: seu organismo retornará ao equilíbrio, seu
comportamento voltará a estar sob seu controle.


O início da psicanálise


Essa ideia parece muito inusitada, mas foi exatamente
ela que permitiu que a psicanálise viesse à existência, há
mais de 100 anos atrás – e o que continua sendo sua razão
de ser –, quando as pacientes histéricas, que sofriam desvios
intensos, tais como a paralisia de um braço, a dissociação
da personalidade (o que vulgarmente chamamos de dupla
personalidade) ou outros males inexplicáveis, e os médicos
regularmente as tratavam como se não houvesse nada de
errado com elas, então algumas delas se voltaram para
uma nova terapêutica, criada por Breuer, com auxílio
de Freud, por volta do ano de 1890, uma terapêutica na
qual era a própria paciente, ao invés do médico, quem
falava. Ela começava, fundamentalmente, com a seguinte
exclamação: “Deixe-me falar sobre o que me faz sofrer”. E
Breuer e Freud, pela primeira vez na história, resolveram
dar crédito a esse pedido: acreditar, embora todos os outros
médicos dissessem que não havia nada de errado com elas,
que sim, havia naquele sofrimento algum sentido, sobre o
qual se poderia falar algo. E deixaram-nas falar.


Levou algum tempo até que a psicanálise chegasse
ao ponto em que se encontra. O sentido que havia nos
sintomas trazidos pelas histéricas (e posteriormente por
outros tipos de pacientes, não apenas homens histéricos,


“Por volta do ano de 1890, Breuer e Freud criaram uma
terapêutica na qual era a própria paciente histérica, ao
invés do médico, quem falava, começando com ‘Deixe-me
falar sobre o que me faz sofrer’.”

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