– Ok. Vejam lá se descobrem o nome e esperem por nós. Que som é que
estou a ouvir?
– Vem da casa.
O rádio crepitou.
– Stasjonsveien para Victor um. Desculpa a interrupção, mas está aqui um
veículo de uma empresa de segurança. Disseram que vão a caminho do
número 16 na Harelabben. O controle central deles registou um alarme contra
assaltos emitido da casa. Devo...?
– Victor zero um a todas as unidades! – gritou Waaler. – Avancem.
Harelabben 16.
Bjarne Møller estava com uma disposição terrível. No meio do seu
programa de televisão favorito! Encontrou a casa branca, número 16,
estacionou no exterior, passou pelo portão e subiu até à porta aberta onde um
agente da polícia estava de guarda com um lobo da Alsácia preso por uma
trela.
– Waaler está aqui? – perguntou o PAS. O agente apontou para a porta.
Møller reparou que o vidro da janela do vestíbulo estava partido. Waaler
encontrava-se junto à entrada numa discussão enfurecida com outro agente. –
Mas que raio se passa aqui? – perguntou Møller sem mais preâmbulos.
Waaler virou-se.
– O que é que te traz aqui, Møller?
– Uma chamada de Beate Lønn. Quem autorizou esta cretinice?
– O nosso procurador.
– Não estou a falar do mandado. Estou a perguntar quem deu autorização
para se iniciar a Terceira Guerra Mundial porque um dos teus colegas pode,
pode! , ter algumas coisas a explicar.
Waaler baloiçou-se sobre os calcanhares enquanto olhava Møller nos olhos.
– O PAS Ivarsson. Encontrámos algumas coisas em casa de Harry que
fazem com que ele se transforme em alguém com muito interesse. É suspeito
de homicídio. Queres saber mais alguma coisa, Møller?
Møller ergueu uma sobrancelha com uma expressão surpreendida e
concluiu que Waaler devia estar muito irritado. Era a primeira vez que o ouvia
falar com um superior de um modo tão provocador.
– Sim. Onde está Harry?