Vingança a Sangue-Frio

(Carla ScalaEjcveS) #1

Waaler apontou para as pegadas vermelhas no chão de parquet.
– Esteve aqui. Arrombou a casa, como podes ver. Começa a ter muito para
explicar, não achas?


– Perguntei onde é que ele está agora.
Waaler e o outro agente da polícia trocaram um olhar.
– Parece que Harry não está com muita vontade de se explicar. O pássaro
voou quando chegámos.


– Oh? Fiquei com a sensação de que vocês cercaram toda a zona.
– E cercámos – respondeu Waaler.
– Então como é que ele conseguiu fugir?
– Com isto. – Waaler apontou para o telefone sobre a mesa. O auscultador
estava manchado com aquilo que parecia ser sangue.


– Ele conseguiu fugir porque usou o telefone? – Tendo em consideração a
sua má disposição e a seriedade do caso, Møller sentiu uma vontade irracional
de sorrir.


– Temos motivos para acreditar – disse Tom, enquanto Møller observava a
poderosa musculatura do maxilar à David Hasselhoff a tornar-se mais tensa –
que chamou um táxi.


Øystein desceu lentamente o beco e virou o táxi para o semicírculo
empedrado em frente da prisão de Oslo. Fez marcha atrás entre dois veículos,
a traseira de frente para o parque de estacionamento vazio e a Grønlandsleiret.
Virou a chave na ignição e desligou o motor, mas os limpa-pára-brisas
continuaram a mover-se para a frente e para trás. E esperou. Não havia
ninguém por ali, nem na praça nem no parque. Olhou para o Quartel-general
da Polícia antes de puxar a alavanca debaixo do volante. Ouviu-se um clique
e o porta-bagagens abriu-se.


– Podes sair! – gritou, a olhar pelo retrovisor.
O carro sacudiu-se, o porta-bagagens abriu-se por completo e voltou a
fechar-se. Depois também a porta das traseiras se abriu e um homem saltou
para o interior. Øystein observou o passageiro ensopado e trémulo, pelo
retrovisor.


–   Estás   com óptimo  aspecto,    Harry.
– Obrigado.
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