Vingança a Sangue-Frio

(Carla ScalaEjcveS) #1

com um fato cigano. Um homem procurado. Quase se podia morrer a rir com
aquilo.


Os dentes de Harry bateram. Quase se virou quando um carro-patrulha
desceu a rua cheia de trânsito, mas sem peões. Harry não fora capaz de
dormir. Não se conseguia manter inactivo enquanto o tempo passava.
Esmagou a ponta do cigarro debaixo do calcanhar e estava prestes a afastar-se
quando viu que a cabine estava de novo livre. Olhou para o relógio. Quase
meia-noite, estranho ela não se encontrar em casa. Talvez estivesse a dormir e
não tivesse conseguido chegar a tempo ao telefone. Voltou a marcar o
número. Ela atendeu de imediato:


– Beate.
– É o Harry. Acordei-te?
– Eu... sim.
– Desculpa. Telefono-te amanhã?
– Não, podemos falar agora.
– Estás sozinha?
Silêncio.
– Porque o perguntas?
– Pareces tão... não, esquece. Descobriste alguma coisa?
Ouviu-a respirar fundo como se estivesse a tentar acalmar a respiração.
– Weber verificou as impressões digitais no copo. A maior parte são tuas. A
análise do sedimento no copo deve estar terminada dentro de uns dois dias.


– Óptimo.
– Quanto ao portátil na tua arrecadação descobrimos que tinha um
programa especial a correr, um programa que permite que alguém marque
antecipadamente uma data e hora em que um e-mail deve ser enviado. A
última alteração aos e-mails foi feita no dia em que Anna Bethsen morreu.


Harry já não sentia o vento gélido.
– Assim, os e-mails que recebeste já estavam preparados e à espera, quando
o deixaram ali – disse Beate. – Isso explica o motivo por que o teu vizinho
paquistanês já o tinha visto na arrecadação muito tempo antes.


– Estás a querer dizer que tem estado a trabalhar sozinho durante todo este
tempo?

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