Vingança a Sangue-Frio

(Carla ScalaEjcveS) #1

– Sim, também o ouvi. Quase meio quilo.
– Depois um tipo ligou-me a dizer que viu Gunnerud junto do terminal de
contentores.


– Esta noite, os informadores devem estar em pulgas. Também foi uma
informação anónima que conduziu à apreensão da heroína. Pode ser uma
coincidência, mas é estranho que duas informações anónimas...


– Até pode ser o mesmo informador – interrompeu-o Waaler. – Talvez
alguém tenha alguma coisa contra Gunnerud, talvez esteja lixado com ele ou
qualquer coisa no género.


– Talvez...
– Então queres ser detective – disse Waaler e Thommesen pensou ouvir na
sua voz um toque de irritação. Viraram na «máquina de trânsito» em direcção
à zona das docas. – Sim, estou a ver que o queres. É uma mudança, não é? Já
pensaste em que divisão?


– Na Brigada de Homicídios – disse Thommesen. – Ou na Unidade de
Assaltos. Nos Crimes Sexuais é que acho que não.


– Não, claro que não. Aqui estamos.
Atravessaram uma praça aberta e escura com contentores empilhados, uns
em cima dos outros, e um edifício largo e rosado numa das extremidades.


– O tipo debaixo do candeeiro corresponde à descrição – disse Waaler.
– Onde? – perguntou Thommesen, a espreitar para o escuro.
– Ali, junto àquele edifício.
– Merda! Tens bons olhos.
– Estás armado? – perguntou Waaler, a abrandar.
Thommesem olhou surpreendido para Waaler.
– Não disseste nada a respeito de...
– Tudo bem, eu estou. Fica no carro para o caso de teres de chamar reforços
se ele nos der problemas, ok?


– Ok. Achas mesmo que não devíamos chamar...?
– Não há tempo para isso.
Waaler ligou os máximos e estacionou o carro. Thommesen calculou que a
distância até à silhueta sob o candeeiro era de cinquenta metros, mas medidas

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