dois dedos debaixo do queixo.
– Ela tem razão – disse o superintendente. – Todas as pessoas têm medo da
autoridade. Continue.
– Mas para ter a certeza absoluta, fingiu ser uma testemunha e ofereceu
informações acerca de um homem que vira passar pela sala de fitness com um
fato-macaco que dizia POLITI.
– O que foi por si mesmo um golpe de génio – disse Harry. – Grette contou-
nos isso como se não soubesse que essa indicação de POLITI no fato-macaco
afastaria o homem das nossas investigações. Claro que também fazia
aumentar perante os nossos olhos a credibilidade de Trond Grette já que ele
oferecera informações que, do seu ponto de vista, o poderiam colocar na rota
de fuga do assassino.
– Eh? – disse Møller. – Repete isso mais uma vez, Harry. Devagar.
Harry respirou fundo.
– Pronto, deixa estar – disse Møller. – Dói-me a cabeça.
– Sete.
– Mas você não fez o que ela pediu – disse Harry. – Não poupou o seu
irmão.
– Claro que não – disse Trond.
– Ele soube que você a matou?
– Tive o prazer de ser eu mesmo a dizer-lho. Por telemóvel. Ele estava à
espera no Aeroporto de Gardemoen. Disse-lhe que se não embarcasse,
também iria atrás dele.
– E ele acreditou quando você disse que matara Stine?
Trond riu-se.
– Lev conhecia-me. Não duvidou nem por um instante. Enquanto lhe estava
a dar os pormenores, ele estava a ler informações a respeito do assalto no
teletexto do salão da classe executiva. Desligou quando ouvi uma voz de
fundo a anunciar o seu voo. O dele e de Stine. Ei, continue! – Encostou a
arma à cabeça de Beate.
– Oito.
– Deve ter pensado que ia voltar a casa a salvo – disse Harry. – Não sabia
do contrato em São Paulo, pois não?