– Lev era um ladrão, mas um ladrão ingénuo. Nunca me devia ter dado a
sua morada secreta em d’Ajuda,
– Nove.
Harry tentou ignorar as palavras automáticas de Beate.
– Então, enviou instruções ao assassino contratado, e a carta de suicídio.
Que você escreveu com a mesma letra que usava para fazer os trabalhos de
casa de Lev.
– Bravo – disse Trond. – Bom trabalho, Harry. Excepto que essas já tinham
sido enviadas antes do assalto.
– Dez.
– Bem – disse Harry –, o assassino contratado também fez um bom
trabalho. Parecia mesmo que Lev se tinha enforcado. Apesar do
desaparecimento do dedo mindinho ser desconcertante. Era essa a prova da
sua morte?
– Vamos colocá-lo desta maneira. Um mindinho cabe muito bem num
envelope de correio regular.
– Pensei que não conseguisse ver sangue, Trond.
– Onze.
Harry ouviu o ribombar distante de um trovão acima do vento que
assobiava e rugia. O court e os carreiros que os rodeavam estavam desertos.
Tinham-se todos abrigado da tempestade que se aproximava.
– Doze.
– Porque é que não se limita a entregar-se? – perguntou Harry. – Sabe que
não vai conseguir nada.
Trond riu-se.
– Claro que sei. É mesma essa a questão, não é? Nenhuma esperança. Nada
a perder.
– Treze.
– Então qual é o plano, Trond?
– O plano? Tenho dois milhões de kroner do assalto ao banco e estou a
planear uma longa, se não feliz, vida no exílio. Os planos de viagem tiveram
de ser alterados, mas eu estava preparado para isso. O carro está cheio e
pronto para partir desde o assalto. Você pode escolher ser abatido ou