— Bem simpático da parte dele.
— Não fique bravo, Gabriel. É o que ele quer. — Chiara fez uma
pausa. — E o que eu quero, também.
— Você? — perguntou Gabriel, surpreso. — Tem ideia de como vai
ser depois que eu prestar o juramento?
— Estamos vivendo no quarto de uma casa segura que
compartilhamos com oito pessoas, incluindo um homem que já tentou matá-
lo. Acho que consigo lidar com seu posto de chefia.
Gabriel foi até a cama e começou a folhear as revistas que agora
estavam ao lado de Chiara. Uma delas era voltada para mulheres grávidas e
Gabriel a ergueu, perguntando:
— Você tem alguma coisa para me contar?
Chiara arrancou a revista da mão de Gabriel. Inclinando a cabeça
um pouco para o lado e apoiando o queixo na mão, ele a observou
atentamente por um momento.
— Não me olhe assim — pediu ela.
— Assim como?
— Como se eu fosse uma pintura.
— Não dá para evitar.
Chiara sorriu.
— Em que você está pensando?
— Estou pensando em como queria estar sozinho com você, e não
dividindo uma casa com oito pessoas.
— Incluindo um sujeito que já tentou matá-lo. Mas em que você está
realmente pensando?
— Por que você não me pediu para não ir a Moscou?
— Eu me faço a mesma pergunta.
— E então, por quê?
— Porque eles a trancaram num carro e a mataram queimada.
— Não há nenhuma outra razão?
— Nenhuma — respondeu Chiara. — E, caso você esteja
imaginando se eu quero ir a Moscou com a equipe, a resposta é “não”. Eu
não saberia me virar por lá. Acabaria cometendo algum erro.
Gabriel subiu na cama e pousou a cabeça sobre o ventre de Chiara.
— Você não vai tirar as roupas? — perguntou ela.
— Estou muito cansado.
— Importa-se se eu ler um pouco mais?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1