— E que levaram Zhirov e seu motorista junto.
— Provavelmente não tiveram escolha.
Milchenko caiu num silêncio pensativo.
— Então onde está Zhirov agora?
— Ele vai acabar aparecendo.
— Vivo ou morto?
— Os britânicos não gostam do mokroye delo.
— Onde foi que você ouviu isso? — Milchenko se aproximou do
mapa. — Se você fosse britânico, o que tentaria fazer agora?
— Tirar o meu homem do país o mais rápido possível.
— Como você faria isso?
— Imagino que pudesse levá-lo de carro até os caminhos que cruzam
a fronteira norte, só que o caminho mais rápido é pelo Sheremetyevo.
— Ele vai ter um passaporte diferente.
— E um novo rosto — acrescentou Strelkin.
— Vá para o Ritz. Pegue algumas fotos dele com a segurança do
hotel. E leve-as para todos os agentes de controle alfandegário e membros
das milícias no Sheremetyevo.
Strelkin se dirigiu para a porta.
— Mais uma coisa, Vadim.
Ele se deteve.
— Faça o mesmo em São Petersburgo. Só para garantir.
* * *
Naquele instante, o homem em questão estava descansando
confortavelmente numa dacha isolada na Tver Oblast, junto aos outros
membros da equipe israelense. Pouco depois das cinco horas da madrugada,
após mais uma noite insone, eles saíram da casa em grupos de dois e três e
foram para a estação de trem em Okulovka — todos menos Christopher
Keller, que ficou vigiando Zhirov e o motorista.
O trem de Okulovka saiu atrasado, ao contrário do voo 625 da El Al.
O avião decolou do Ben Gurion pontualmente à 1h1O e aterrissou em São
Petersburgo dois minutos antes do previsto, às 8h03. A tripulação, com doze
pessoas, ficou dentro da aeronave até todos os passageiros saírem. Então,
depois de passarem pela alfândega, subiram numa van sem identificação,
de serviços terrestres da El Al, e percorreram o trajeto de vinte minutos até