era a mulher mais sortuda do mundo.
— Talvez você não devesse ter vindo — falou Gabriel depois de um
instante.
— Eu tinha que vir. Vou apreciar muito tudo isso.
Ela tirou a saia, esticando-a com cuidado na cama, e começou a
desabotoar a blusa.
— O que você está fazendo? — questionou Gabriel.
— O que lhe parece?
— Parece que uma comissária de bordo muito bonita está se
despindo no meu quarto.
— Preciso descansar um pouco. Você também — acrescentou ela ao
tirar a blusa. — Não me leve a mal, Gabriel, mas você está com uma
aparência terrível. Durma por uma ou duas horas. Vai se sentir melhor.
— Eu não conseguiria dormir agora.
— O que você vai fazer? Ficar na frente da janela o dia todo,
morrendo de preocupação?
— Esse era o meu plano.
— Quando você for chefe, vai ter bastante tempo para fazer isso.
Venha para a cama. Prometo que não vou machucá-lo.
Gabriel acabou cedendo: tirou os sapatos e a calça jeans e engatinhou
pela cama até a esposa. O corpo de Chiara estava ardente, como se febril. Ao
beijar os seus lábios, ele sentiu gosto de mel. Ela passou o dedo pelo nariz do
marido.
— Chiara...
— O que foi, querido? — perguntou ela, beijando-o de novo.
— Estou em serviço.
— Você está sempre em serviço. E vai continuar assim pelo resto da
vida. Chiara o beijou novamente. Depois no pescoço. No peito.
— Acho que ela tinha razão desde o começo — comentou ela.
— Quem? — murmurou Gabriel.
— Aquela mulher idosa da Córsega. Ela disse que você saberia a
verdade
quando Madeline morresse. Em certo sentido, ela morreu naquela
manhã na França. E agora você sabe a verdade.
— Mas ela se enganou com relação a uma coisa. Ela me avisou para
não ir à cidade dos hereges. Disse que eu morreria lá.
Chiara parou de beijá-lo e olhou bem nos seus olhos.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1