66, onde novamente pegou o sentido oeste para os pés das montanhas de Shenandoah.
As pistas na direção oposta ainda estavam atoladas com o trânsito de pessoas indo ao
trabalho pela manhã, mas, diante de Saladin, espraiavam-se vários metros de asfalto
vazio, uma raridade para os motoristas da região metropolitana de Washington.
Novamente, ele obedeceu diligentemente ao limite de velocidade enquanto outros carros
o ultrapassavam. A última coisa de que precisava agora era ser parado por um guarda de
trânsito; isso colocaria em risco todo o plano elaborado meticulosamente durante meses.
Paris e Amsterdã tinham sido um ensaio-geral. Washington era o alvo final de Saladin,
pois apenas os americanos tinham o poder de desencadear a sucessão de eventos que ele
estava tentando colocar em ação. Só faltava uma revisão final do plano com seu principal
agente em Washington. Era perigoso — sempre havia a possibilidade de o agente ter
sido comprometido —, mas Saladin queria ouvir da boca do homem que tudo estava no
lugar.
Ele passou pela saída para uma cidade com o nome tipicamente americano de
Gainesville. O trânsito diminuiu, o terreno ficou montanhoso, os picos azuis de
Shenandoah pareciam estar ao alcance da mão. Ele estava dirigindo há 45 minutos e sua
perna direita começava a pulsar com o esforço de controlar a velocidade. Para se distrair
da dor, deixou a mente vagar. Ela rapidamente foi para o homem que ele tinha visto no
lobby do Four Seasons Hotel na noite anterior.
Gabriel Allon...
Era possível que a presença de Allon em Washington fosse uma coincidência —
afinal, o israelense trabalhava com os americanos há anos —, mas Saladin duvidava que
fosse o caso. Vários cidadãos israelenses tinham morrido no atentado em Paris, junto
com Hannah Weinberg, amiga pessoal de Allon e agente da inteligência israelense. Era
totalmente possível que Allon estivesse participando da investigação pós-atentado.
Talvez ele tivesse ficado sabendo da existência da rede de Saladin. E, talvez, tivesse
descoberto também que aquela rede estava prestes a deflagrar um atentado nos Estados
Unidos. Mas como? A resposta a essa pergunta era bem simples. Saladin tinha de supor
que Allon conseguira infiltrar-se em sua rede — era esse, pensou o iraquiano, o talento
especial do espião israelense. E, se Allon sabia sobre a rede, os americanos também
sabiam. A maioria dos agentes de Saladin tinham se infiltrado no país vindos do exterior,
pelo poroso sistema americano de vistos e imigração. Mas vários agentes, incluindo o
que Saladin estava indo encontrar, estavam baseados nos Estados Unidos e, portanto,
eram mais vulneráveis aos esforços de contraterrorismo. Eram essenciais para o sucesso
da operação, mas eram o elo fraco na longa cadeia da rede.
O GPS aconselhou Saladin a deixar a Interstate 66 pela saída 18. Ele seguiu as
instruções e se viu em uma cidade chamada Markham. Não, pensou, não era uma cidade,
era uma minúscula coleção de casas com varandas cobertas que davam para gramados
malcuidados. Ele seguiu para o sul pela Leeds Manor Road, passando por pastos
cercados e celeiros até chegar a uma cidade chamada Hume. Era um pouco maior do que
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
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