O
HUME, VIRGINIA
último relato do Cessna do FBI foi igual ao primeiro: sete indivíduos dentro do
chalé, três veículos do lado de fora. Um dos indivíduos estava inteiramente parado e um
parecia estar andando de um lado para outro lentamente. Não havia mais assinaturas
humanas no pequeno vale, apenas os ursos, que estavam a cerca de cinquenta metros ao
norte do chalé. Por esse motivo, entre outros, Gabriel e Mikhail se aproximaram pelo
sul.
Uma única estrada levava ao vale, o caminho privativo que ia da Hume Road ao
chalé em si. Eles a usaram apenas como ponto de referência. Mantiveram-se próximos ao
pasto; Mikhail liderando, Gabriel um passo atrás. A terra estava molhada e traiçoeira
com os buracos deixados por escavações de animais. De vez em quando, Mikhail
iluminava o caminho deles com a luz do celular, mas na maior parte do tempo eles
caminharam na escuridão.
Na beira do pasto, havia um morro íngreme cheio de carvalhos e árvores de bordo.
Galhos caídos estavam por todo o chão, atrapalhando a caminhada. Finalmente, depois
de contornar o cume do morro, eles viram o chalé pela primeira vez. Uma coisa tinha
mudado desde a partida do Cessna do FBI. Havia dois veículos, em vez de três. Mikhail
começou a descer o morro, com Gabriel a um passo atrás dele.
Depois da saída abrupta de Saladin, as preparações para a execução de Natalie realmente
começaram. O lençol branco foi removido, as mãos dela foram amarradas atrás das
costas. Seguiu-se uma breve discussão entre os quatro homens sobre quem teria a honra
de remover a cabeça dela. O mais alto dos quatro venceu. Pelo sotaque, Natalie
conseguia notar que ele era do Iêmen. Algo sobre seu comportamento era vagamente
familiar. Subitamente, ela percebeu que tinha estado no campo de Palmira ao mesmo
tempo em que o iemenita. Na época, ele tinha barba e cabelos longos. Agora, estava com
a barba feita e o cabelo bem cortado. Se não fosse pelo uniforme militar preto, poderia
ter sido confundido com um vendedor da loja da Apple.
Os quatro homens cobriram o rosto, deixando apenas os olhos impiedosos expostos.