Morte em Viena

(Carla ScalaEjcveS) #1

cambaleante e viu que Radek já tinha fugido através da falsa frente de uma
estante de livros e estava dentro de um pequeno elevador do tamanho de
uma cabine telefônica.
Navot saltou para a frente enquanto a porta do elevador começou a
fechar. Conseguiu enfiar os dois braços para dentro e agarrou Radek pela
lapela do sobretudo. Quando a porta bateu contra o ombro esquerdo de
Navot, Radek agarrou-lhe os pulsos e tentou libertar-se. Navot segurou
firmemente.
Oded e Zalman vieram em seu auxilio. Zalman, o mais alto dos dois,
alcançou por cima da cabeça de Navot e puxou a porta. Oded deslizando
por entre as pernas de Navot aplicou pressão por baixo. Perante a
investida, a porta finalmente deslizou e abriu.
Navot arrastou Radek para fora do elevador. Já não havia tempo
para subterfúgios ou enganos. Navot tapou a boca do velho com a mão,
Zalman segurou-lhe as pernas e levantou-o do chão. Oded encontrou o
interruptor e apagou a luz.
Navot olhou para Becker.
— Entre no carro. Depressa, idiota.
Arrastaram Radek degraus abaixo em direção ao Audi. Radek
puxava a mão de Navot, tentando libertar-se do tampão na boca e
esperneava. Navot conseguia ouvir Zalman resmungar entre dentes. De
alguma forma, mesmo no calor da batalha, ele conseguia resmungar em
alemão.
Oded abriu a porta de trás antes de dar a volta e correr para o
volante.
Navot empurrou primeiro a cabeça de Radek para o fundo e colou-o
ao assento.
Zalman forçou sua entrada e fechou a porta. Becker entrou na parte
de trás do Mercedes. Mordecai acelerou fundo, e o carro guinou para a rua,
o Audi seguindo de perto.
O corpo de Radek ficou subitamente quieto. Navot retirou a mão e o
austríaco sorveu ofegante o ar.
— Está me machucando — disse. — Não consigo respirar.
— Eu deixo você se levantar, mas tem que prometer que se
comporta bem. Não vai haver mais tentativas de fuga. Promete?
— Deixe eu me levantar. Está me esmagando, estúpido.
— Eu deixo, velho. Faça apenas um favor primeiro. Diga seu nome,
por favor.
— Sabe meu nome. É Vogel. Ludwig Vogel.

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