— Não, não, esse nome não. Seu nome verdadeiro.
— Esse é o meu nome verdadeiro.
— Quer se levantar e deixar Viena como um homem, ou vou ter de
ir sentado em cima de você o tempo todo?
— Eu quero me sentar. Está me machucando, maldição!
— Diga apenas seu nome.
Ficou em silêncio por um momento; então murmurou:
— Meu nome é Radek.
— Desculpe, mas não consegui ouvir. Pode dizer seu nome outra
vez, por favor? Desta vez alto.
Inspirou profundamente e o seu corpo ficou rígido, como se
estivesse em sentido em vez de deitado no banco de trás de um carro.
— MEU NOME É STURMBANNFÜHRER ERICH RADEK!
NO APARTAMENTO SEGURO de Munique, a mensagem apareceu na
tela do computador de Shamron: O EMBRULHO FOI RECEBIDO. Carter deu-
lhe uma palmada nas costas.
— Raios me partam! Eles o pegaram. Eles o pegaram mesmo.
Shamron levantou-se e caminhou até o mapa.
— Pegá-lo foi a parte mais fácil da operação, Adrian. Tirá-lo de lá
vai ser outra história.
Olhou para o mapa. Oitenta quilômetros até a fronteira tcheca.
Corra, Oded, pensou ele. Dirija como nunca dirigiu em sua vida.
36
VIENA
ODED JÁ TINHA guiado por aquela estrada uma dúzia de vezes, mas
nunca como esta, nunca com a sirene a gritar e a rodopiar no teto, e nunca
com os olhos de Erich Radek fitando os seus pelo retrovisor. A retirada do
centro da cidade tinha corrido melhor do que esperado. O tráfego de fim de
tarde era intenso, mas não ao ponto de não se conseguir desviar para dar
passagem ao barulho e à luz da sua sirene. Radek amotinou-se duas vezes.
Cada insurreição foi implacavelmente dominada por Navot e Zalman.