— Duas horas — concordou.
Pousou a mala à porta de casa. Ainda tinha a chave com ela, tal como
guardara a do carro. Levara-as para Lisboa, esquecidas na carteira. De
qualquer modo, não precisaria da chave, porque a porta estava entreaberta.
Nesse instante, Regina tomou consciência de que se encontrava por sua conta
e que não teria quem a defendesse se fosse atacada. Espreitou pela abertura,
cautelosa, evitando fazer barulho. Não registou movimento no interior.
Respirou fundo, encheu-se de coragem, empurrou a porta devagar, pegou na
mala e deu alguns passos em frente. Havia um silêncio sinistro e Regina teve
a impressão de que o único som audível era o bater acelerado do seu coração.
Pousou a mala com suavidade, deslizou até à entrada da sala e ali ficou,
chocada, sem se poder mover, paralisada com o que os seus olhos registavam.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1