plena satisfação, compreende? E isso não se simula.»
Caramba, pensou, é brutal!
Mas fazia sentido, e havia uma solidariedade inquestionável nas palavras de João Pedro. Quanto
às mensagens condenatórias dos pretensos amigos, já lhe soavam a inveja encapotada. João Pedro
dera-lhe a fama e não a deixara cair, nem mesmo depois de ter partido para o Rio de Janeiro zangada
com ele. Aliás, nas entrevistas dizia repetidamente que ela não era só uma figurante e admitia
publicamente que tinham uma relação. Isso comoveu-a e fê-la sentir-se culpada. Perguntou-se se,
porventura, não teria sido injusta com ele por causa de Carol. Vendo à distância, pareceu-lhe que
fizera uma tempestade num copo de água só por ele a ter convidado para um trabalho. Tudo por causa
da sua maldita insegurança! Tinha de lhe pedir desculpa, pensou.
Agora sim, já podia telefonar-lhe. Mas ele não atendeu. Cristiane não atribuiu nenhum significado
especial a isso, sabia que João Pedro se esquecia do telemóvel em todo o lado. De qualquer modo,
escreveu-lhe uma mensagem íntima: «Sinto a tua falta, tenho saudades de dormir contigo, do teu
abraço, de te sentir dentro de mim.»
João Pedro não deu atenção à mensagem de Cristiane, porque, justamente, estava a entrar no
estúdio de Carol quando a recebeu. Levava o telemóvel na função de silêncio e nem sequer se
apercebeu da mensagem a entrar.