Público - 09.09.2019

(Ron) #1

22 • Público • Segunda-feira, 9 de Setembro de 2019


NUNO ANDRÉ FERREIRA/LUSA

Incêndio na localidade de Lamas, Castro Daire, no distrito de Viseu


Mais de 2300 operacionais e 22 aero-
naves continuavam ontem ao Ænal
da tarde envolvidos no combate aos
incêndios, sendo mais preocupantes
os fogos que deÇagraram nos distri-
tos de Viseu e do Porto.
Nos próximos dias, o risco de
incêndio Çorestal mantém-se “muito
elevado” ou “máximo” numa boa
parte do território continental,
sobretudo no Norte e Centro do país
e ainda no Algarve, de acordo com o
Instituto Português do Mar e da
Atmosfera.
A Autoridade Nacional de Emer-
gência e Protecção Civil (ANEPC)
registava ontem, pelas 19h30, um
total de 68 incêndios activos que
lavravam sobretudo no Centro e
Norte, mobilizando um total de
2368 operacionais, 669 viaturas e
22 aeronaves.
No total registaram-se 122 incên-
dios rurais em Portugal continental,


Quase três mil operacionais


combateram 120 incêndios.


Risco mantém-se elevado


num domingo marcado pelas tem-
peraturas elevadas. Foram combati-
dos por quase três mil operacionais,
750 meios terrestres e 34 meios
aéreos. O distrito do Porto foi o mais
atingido, com 32 ocorrências, segui-
do de Braga (14) e Aveiro (11), segun-
do a informação disponibilizada pela
ANEPC ao Æm do dia.
Dados provisórios do Instituto de
Conservação da Natureza e das Flo-
restas (ICNF) indicam que, entre 1 de
Janeiro e ontem, ocorreram 9186
incêndios no país que queimaram
31.328 hectares.
Das ocorrências importantes de
ontem, a Protecção Civil destacou os
dois incêndios que lavraram no con-
celho de Castro Daire, no distrito de
Viseu. Os dois fogos (em Moledo e
Monteiras) começaram na madruga-
da. O incêndio de Moledo, em zona
de mato, pinheiros e eucaliptos, ain-

da mobilizava 280 operacionais ao
princípio da noite. Já o de Monteiras
estava em fase de resolução.
No distrito de Coimbra, o incên-
dio em Condeixa-a-Nova, que deÇa-
grou durante a madrugada na loca-
lidade de Casal dos Balaus, encon-
trava-se também em fase de
resolução, segundo a informação
oÆcial da Protecção Civil. Chegou a
ser combatido por cerca de 230 ope-
racionais, apoiados por 67 viaturas
e uma aeronave. Contactada pela
Lusa, fonte do Comando Distrital de
Operações de Socorro (CDOS) de
Coimbra avançava que “não existi-
ram habitações em perigo nem feri-
dos a registar”.
Em Codeçoso (Celorico de Basto),
outro incêndio mobilizava pelas
19h30 mais de 140 operacionais,
apoiados por 38 veículos e duas
aeronaves. Em São Cristóvão de
Nogueira, no concelho de Cinfães,
distrito de Viseu, 115 operacionais
tentavam dominar as chamas.
De acordo com a ANEPC, um
outro, no concelho de Baião, no dis-
trito do Porto, envolveu 71 comba-
tentes, 16 viaturas e duas aeronaves.
Este fogo começou às 12h59 e esteve
“activo com duas frentes” mas pelas
20h00 já se encontrava em fase de
resolução. PÚBLICO/Lusa

Registaram-se ontem, até às


20h, mais de 120 incêndios


no continente. Em Moledo


aconteceu um dos mais


preocupantes


Incêndios


Incentivos do Estado para compra de carros eléctricos já esgotaram

ANDRÉ RODRIGUES

Estudo
Samuel Silva

Associação Zero pede
reforço de verbas do Fundo
Ambiental destinadas a
subsidiar a compra de
veículos eléctricos

[email protected]

Portugal tem o melhor desempenho
da União Europeia (UE), a par com a
Holanda, na redução das emissões de
dióxido de carbono, tendo em conta
os veículos novos comprados no país,
revela um relatório da Federação
Europeia dos Transportes e Ambien-
te. O documento defende que as polí-
ticas tributárias dos Estados têm
inÇuência signiÆcativa no comporta-
mento dos consumidores. A associa-
ção ambientalista Zero, que é parcei-
ra do estudo, diz que Portugal pode
fazer mais neste domínio.
De acordo com o relatório da Fede-
ração Europeia dos Transportes e
Ambiente (T&E, na sigla internacio-
nal), se apenas for tida em considera-
ção a frota de novos veículos, as emis-
sões portuguesas são as mais baixas
da toda a UE (106 gramas de dióxido
de carbono por quilómetro). A Holan-
da surge empatada com Portugal
neste indicador. No outro extremo,
Estónia e Luxemburgo apresentam as
emissões mais elevadas
(140gCO2/km).
Portugal é o quarto país da UE onde
se compram mais veículos eléctricos.
Estes indicadores vão ao encontro
dos dados mais recentes da Associa-
ção do Comércio Automóvel de Por-
tugal: nos primeiros sete meses do

Portugal é o quarto


país da UE onde


se compram mais


veículos eléctricos


ano foram colocados no mercado
4341 carros eléctricos, o dobro face a
igual período do ano passado.
Em sentido contrário, o país conti-
nua a ser um dos que têm uma mais
elevada percentagem de veículos a
gasóleo, acima dos 50% — Itália e
Irlanda têm indicadores semelhantes.
Já a Holanda apresenta a percenta-
gem mais baixa (12%), seguindo-se a
Finlândia (22%).
A Holanda é, de resto, apontada no
estudo da T&E como um caso para-
digmático das mudanças necessárias
para reduzir as emissões de dióxido
de carbono nos transportes. Aquele
país “costumava ter uma das maiores
emissões de CO2 de carros novos na
UE”, mas “aumentou radicalmente a
tributação de veículos” de modo a
reduzir “drasticamente” as emissões,
lê-se no relatório. “As políticas tribu-
tárias nacionais têm uma inÇuência
signiÆcativa nos carros que são ven-
didos. Os governos podem fazer mui-
to mais para incentivar os comprado-
res a escolher modelos mais eÆcientes
e eléctricos”, sublinha.
A Zero, que faz parte da T&E, defen-
de que a “emergência climática” obri-
ga os governos a acelerar “o Æm das
vendas de veículos de combustão
interna” para fazer a transição para
tecnologias mais limpas. A associação
lembra que os incentivos para a com-
pra de veículos ligeiros através do
Fundo Ambiental estão esgotados a
quatro meses do Ænal do ano. Por
isso, entende que “deveria haver um
ajustamento para suportar todas as
candidaturas válidas que sejam apre-
sentadas ainda este ano”.

SOCIEDADE


Entre 1 de Janeiro
e ontem

registaram-se 9186


incêndios no país


que queimaram
31.328 hectares,

fez saber o ICNF

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