DE MAMA
Muito frequente em
gatas e o principal
em cadelas, pode
ser prevenido com a
castração antes do
primeiro cio ou da
maturidade sexual.
DE PELE
O carcinoma
espinocelular e o
mastocitoma se
manifestam na pele.
Atingem raças de
pelagem clara e
boxer, pug e labrador.
TVT
É o tumor venéreo
transmissível,
disseminado pelo
contato (sexo,
lambidas...). Se
instala em boca,
focinho ou genitais.
LEUCEMIA FELINA
Causada pelo
retrovírus, lembra
muito a aids em
humanos. Por ser de
origem viral, pode
ser prevenida com
uma vacina.
A instrução do veterinário é especial-
mente bem-vinda. “É importante obser-
var, apalpar e distinguir o que é normal e
o que não é”, diz Maria Inês Witz, profes-
sora de veterinária da Universidade Lute-
rana do Brasil, em Canoas, no Rio Grande
do Sul. “Quando escovamos os dentes dos
animais, é possível ver alguma alteração
na gengiva ou na língua”, exemplifica.
Calombos, inchaços e formações estra-
nhas merecem o olhar de um profissional.
O ponto é que nem sempre um câncer
dá sinais visíveis ou se sente em um toque.
Daí a necessidade de reparar no compor-
tamento do bicho. “Febre baixa, vômito,
diarreia, falta de apetite frequente... Se
não for detectada outra causa, precisamos
investigar a presença de tumores”, reco-
menda o veterinário Jair Rodini Engracia
Filho, professor da Pontifícia Universida-
de Católica do Paraná (PUC-PR).
Além de manter os cuidados e as con-
sultas de rotina, sobretudo à medida que o
pet envelhece, vale a pena saber que algu-
mas estratégias reduzem o risco de encarar
a doença: está comprovado, por exemplo,
que a castração baixa a propensão a câncer
de mama, um dos mais comuns em fêmeas.
É fato, contudo, que nem sempre dá para
evitar seu aparecimento. Por isso, pintando
a suspeita, não hesite em procurar o especia-
lista. “É comum as pessoas acharem que o
animal vai melhorar sozinho, e nessa espera
as coisas pioram”, lamenta Maria Inês. »
A
situação é conhecida entre nós,
humanos: conforme a expectati-
va de vida aumenta, certas doen-
ças que não costumavam preocupar tanto
no passado se tornam mais comuns. Com
cães e gatos, o raciocínio é semelhante.
Como animais domésticos vivem cada
vez mais, ficam propensos a problemas
mais frequentes na velhice, caso do câncer.
Um levantamento do Hospital Veterinário
Sena Madureira, em São Paulo, constatou
que, nos últimos 30 anos, a expectativa de
vida dos pets atendidos por lá dobrou. Cães
de pequeno porte, por exemplo, passaram de
uma vida média de 9 para 18 anos. Já os feli-
nos chegam fácil a duas décadas na família.
O maior cuidado dos tutores e os progressos
no tratamento veterinário respondem direta-
mente por esse fenômeno. Mas, como efeito
colateral, mais bichos vivenciam a ameaça e
o sofrimento de um tumor.
Calcular a prevalência da doença no
mundo animal vem sendo um desafio. Os
números variam de acordo com o local e
as condições sanitárias dos países. Os es-
pecialistas apontam, porém, que o câncer
já virou a principal causa de morte entre
os animais de estimação em nações desen-
volvidas — e o Brasil parece ir na mesma
direção. A percepção tem convocado pro-
fissionais e tutores a realizarem check-ups
preventivos e prestarem atenção em sinais
da enfermidade, que variam conforme o
tipo e a localização do tumor.
OS TUMORES MAIS PREVALENTES
SAÚDE É VITAL • SETEMBRO 2019 • 51