ANTHONIO - A SUA MAIS NOVA REVISTA - TESTE 2

(O LIVREIRO) #1
Quando o diagnóstico vem, a notícia triste
é acompanhada também por uma preocupa-
ção: e agora? O que posso fazer para ajudar?
“Nos últimos anos, temos percebido uma
grande evolução na relação do tutor com o
animal”, observa Engracia Filho. “Trinta anos
atrás a maior parte dos cães era um animal
de proteção da casa. Hoje, é um animal de
companhia, e a pessoa já fica mais atenta a
problemas, como nódulos ou o aparecimen-
to de alguma massa anormal”, completa.
Como ocorre com os humanos, o diagnós-
tico precoce é decisivo para um tratamento
bem-sucedido. Logo, se ficar intrigado, não
demore em levar o amigo ao veterinário.
Assim como os donos cuidam mais do
pet e estão mais dispostos a desembolsar
uma grana para custear tratamentos, a on-
cologia veterinária também deu um salto
nas últimas décadas. O conhecimento e
os investimentos na área possibilitaram a
criação de novas terapias, hoje mais aces-
síveis. “O nosso intuito é promover o má-
ximo de bem-estar e sobrevida possível”,
resume o professor da PUC-PR.
Opção usual em um passado não tão
distante, a eutanásia em casos assim pode
ser agora a última alternativa, apenas es-
colhida quando a qualidade de vida não
pode mais ser preservada. “Infelizmente,
muitos tutores ainda esbarram na dificul-
dade financeira para arcar com os custos
do tratamento, e só vêm procurar ajuda
quando a ação do veterinário já fica muito
limitada”, relata o especialista.
Em casa, além do carinho e da parceria
para enfrentar a doença, uma forma efetiva
de ajudar o pet é cuidando da alimentação.
“Uma dieta equilibrada, com o mínimo
de conservantes e associada ao tratamen-
to, minimiza o crescimento dos tumores”,
explica Maria Inês. Entre as mudanças de
hábitos alimentares que os estudos recen-
tes sugerem está a redução de carboidratos
— como as células cancerosas consomem
muita energia, uma ingestão limitada redu-
ziria a atividade delas.

Os estudiosos cada vez mais concordam
num ponto: os cânceres dos pets têm, em
geral, muito em comum com os tumores
que afetam os próprios seres humanos. “Os
mecanismos da doença são semelhantes
entre nós e os animais”, afirma Engracia
Filho. “Novas pesquisas feitas na medici-
na humana, como o reconhecimento e a
intervenção em genes ligados ao câncer,
também poderão servir na oncologia ve-
terinária”, acredita o professor. Pois é, essa
é uma área da ciência que se beneficia das
trocas de conhecimento entre saúde huma-
na e animal (e vice-versa). E, para os pets, é
uma retribuição por um companheirismo e
uma amizade que não têm preço. −

52 • SAÚDE É VITAL • SETEMBRO 2019

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