13 Coisas que as Pessoas Mentalmente fortes não fazem - Amy Morin - 151 Págs

(EROCHA) #1

A ideia de que “estar sozinho é ruim” e “estar cercado de pessoas é bom” nos pressiona
a encher nosso calendário social. Às vezes isso dá a impressão de que sentar-se em casa so-
zinho num sábado à noite não é saudável ou que você é um “fracassado”. Manter uma agenda
cheia ajuda as pessoas a se sentirem importantes. Quanto mais seu telefone toca, quanto
mais planos você faz, mais importante você deve ser.
Estar ocupado também funciona como uma distração maravilhosa. Se tem problemas
com os quais não quer lidar, por que não convidar seus vizinhos para jantar ou ir às compras
com alguns amigos? Afinal de contas, você não vai ter tempo de pensar em seus problemas
se mantiver o cérebro ocupado com uma conversa agradável. Mesmo que não possa estar
com os outros pessoalmente, com as novas tecnologias, você nunca precisa estar sozinho.
Pode-se falar com gente ao telefone quase em qualquer lugar, usar as redes sociais para es-
tar em contato constante com as pessoas e mandar mensagens de texto no segundo que tiver
algum tempo sobrando. Pode-se virtualmente evitar por completo ficar sozinho com seus pen-
samentos.
Existem também as pressões sociais para sermos produtivos. Pessoas que acham que
devem estar realizando algo o tempo todo enxergam o “tempo sozinho” como “perda de tem-
po”. Assim preenchem cada segundo com atividades – seja limpando a casa ou criando mais
listas de tarefas. E não veem muito valor em apenas sentar-se e pensar, porque isso não pro-
duz resultados imediatos palpáveis. Na verdade, podem até se sentir culpadas se não estive-
rem “resolvendo alguma coisa”.
E então, é claro, alguns indivíduos simplesmente não se sentem confortáveis quando es-
tão sozinhos. Cresceram acostumados com o caos, o barulho incessante, a atividade constan-
te. Tempo para desacelerar, silêncio e autocuidado não constam em seu vocabulário. Ficam
morrendo de medo de ficar sozinhos porque sabem que podem acabar pensando em coisas
que os deixem desconfortáveis. Se tivessem alguns momentos livres, poderiam se lembrar de
algo triste ou se preocupar com o futuro. Assim, numa tentativa de manter suas emoções des-
confortáveis sob controle, ocupam a mente o máximo possível. Estar sozinho muitas vezes se
confunde com estar solitário. Os sentimentos de solidão estão ligados à má qualidade de so-
no, à pressão alta, a um sistema imunológico mais fraco e a um aumento dos hormônios do
estresse. Mas estar sozinho não significa necessariamente estar solitário. Na verdade, muitas
pessoas se sentem solitárias quando estão cercadas por outras, numa sala lotada. Solidão é
perceber que não há ao seu lado ninguém que se preocupe com você. Estar sozinho, por ou-
tro lado, é fazer a escolha consciente de estar só com seus pensamentos.


O PROBLEMA COM O MEDO DA SOLIDÃO


Quanto mais Vanessa preenchia seu dia com atividades constantes, mais seu cérebro
não conseguia se desligar à noite. E quanto mais agitados seus pensamentos ficavam, mais
ela tentava calá-los, o que estabeleceu um ciclo que se perpetuava. Sua mente a mantinha
acordada à noite, e ela começou a associar silêncio a estresse. Chegou mesmo a começar a
usar a TV como ruído de fundo enquanto tentava pegar no sono porque queria silenciar seus
pensamentos.
Dedicar com frequência nosso tempo às nossas responsabilidades e relações cotidianas
pode custar um preço alto se não pararmos e tirarmos um tempo para nos renovarmos. Infe-
lizmente, é comum os benefícios da solidão serem ignorados ou mal-entendidos. Eis o que
dizem as pesquisas sobre os maiores benefícios que aqueles que temem ficar sozinhos po-
dem estar perdendo:

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