13 Coisas que as Pessoas Mentalmente fortes não fazem - Amy Morin - 151 Págs

(EROCHA) #1

POR QUE TENTAMOS CONTROLAR TUDO


James se sentia muito culpado com o divórcio. Tentara fazer seu casamento com Car-
men dar certo porque queria que a filha crescesse em um lar estável. Não quis que ela sofres-
se quando o relacionamento terminou.
Ele claramente era um pai amoroso que se preocupava com o bem-estar da filha. Para
ele, era aterrorizador reconhecer quão pouco controle exercia sobre o que acontecia com a
menina quando ela estava com a mãe. Para reduzir sua ansiedade, tentava controlar a situa-
ção o máximo que podia. Achava que se pudesse controlar tudo – de quem sua mulher namo-
rava a que regras teria casa dela – se sentiria melhor.
A tentativa de controlar tudo geralmente começa como um modo de lidar com a ansieda-
de. Se você sabe que tem tudo sob controle, por que se preocupar? Mas, em vez de se con-
centrar em administrar sua ansiedade, você tenta controlar o ambiente ao seu redor.
O desejo de consertar tudo pode também vir de uma espécie de complexo de super-
herói. Costumamos ficar presos à crença errônea de que, se nos esforçarmos o bastante, tudo
vai ficar do jeito que queremos. Em vez de delegar uma tarefa para algum colega ou confiar
que o companheiro vai cuidar das plantas, muitas vezes escolhemos fazer as coisas por conta
própria, para nos assegurarmos de que serão feitas “direito”, já que não confiamos na capaci-
dade dos outros.


O LÓCUS DE CONTROLE


Decidir o que está sob seu controle ou não depende em grande parte de seu sistema de
crenças. O campo da psicologia se refere a isso como seu lócus de controle. Pessoas com um
lócus de controle externo acreditam que sua vida depende muito do destino e da sorte. São
mais inclinadas a acreditar que “o que tiver que ser será”.
Já as pessoas com um lócus de controle interno acreditam que têm total controle sobre
seu futuro. Assumem plena responsabilidade por seus sucessos e fracassos na vida e acredi-
tam que têm a capacidade de controlar tudo, de seu futuro financeiro a sua saúde.
Seu lócus de controle determina como você enxerga as circunstâncias. Imagine um can-
didato que vai a uma entrevista de emprego. Ele tem a qualificação, a educação e a experiên-
cia que a companhia procura. Mas poucos dias depois da entrevista recebe uma ligação di-
zendo que não conseguiu o emprego. Se tiver um lócus de controle externo, vai pensar: “Pro-
vavelmente encontraram alguém super qualificado querendo essa posição. De qualquer ma-
neira, não era o trabalho certo para mim mesmo.” Por outro lado, se tiver um lócus de controle
interno, é mais provável que pense: “Eu não devo ter conseguido impressioná-los. Sabia que
deveria ter refeito meu currículo. Também tenho que aprimorar minhas habilidades para entre-
vistas.”
Diversos fatores influenciam seu lócus de controle. Sua criação certamente desempenha
um papel. Se você cresceu em uma família em que o trabalho sacrificado era valorizado, pode
ter se inclinado mais para um lócus de controle interno, por acreditar que dar duro vale a pena.
Mas se seus pais incutiram em você pensamentos como “seu voto não conta neste mundo” ou
“não importa o que fizer, o mundo sempre vai colocá-lo para baixo”, pode ter desenvolvido um
lócus de controle externo.
Suas experiências na vida também podem influenciar seu lócus de controle. Se você for
bem-sucedido quando se esforçar, vai ver que tem muito controle sobre os resultados. Mas se

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