13 Coisas que as Pessoas Mentalmente fortes não fazem - Amy Morin - 151 Págs

(EROCHA) #1

C A P Í T U L O 9


NÃO SE INCOMODAM COM O


SUCESSO DOS OUTROS


O ressentimento é como beber veneno esperando que ele mate seus inimigos.


  • NELSON MANDELA


Dan e sua família com frequência compareciam a encontros sociais na vizinhança. Vi-
viam no tipo de comunidade na qual eram comuns os churrascos no quintal e os pais costu-
mavam ir aos aniversários dos filhos dos outros. Dan e sua mulher também organizavam
reuniões às vezes. Até onde se sabia, Dan era um sujeito amigável e extrovertido que pare-
cia ter tudo sob controle. Tinha uma bela casa e um bom emprego em uma empresa de
grande reputação. Sua mulher era adorável e seus dois filhos eram saudáveis. Mas ele
guardava um segredo.
Dan detestava ir a festas em que tinha que ouvir sobre a impressionante promoção de
Michael ou o carro novinho de Bill. Sentia raiva por seus vizinhos poderem se dar o luxo de
fazer viagens caras e comprar os melhores brinquedos no mercado. O dinheiro estava curto
desde que haviam decidido, alguns anos antes, que sua mulher ia deixar o emprego para se
tornar dona de casa. Seus esforços para manter a aparência de abundância financeira o le-
varam a contrair muitas dívidas. Na verdade, nem sua mulher conhecia a real extensão de
seus problemas financeiros. Mas Dan sentia que precisava, a qualquer custo, manter a farsa
de que podia competir financeiramente com os vizinhos.
Quando sua mulher lhe disse que ele tinha que fazer algo em relação a seu pavio cur-
to, Dan decidiu procurar ajuda. No começo da terapia, disse não ter certeza de como ela lhe
poderia ser útil. Sabia que sua irritabilidade era causada pelo fato de ele estar muito cansa-
do o tempo todo. E a razão disso é que precisava trabalhar demais para conseguir pagar as
contas.
Falamos sobre sua situação financeira e as razões pelas quais se sentia compelido a
trabalhar tanto. De início, culpou os vizinhos. Disse que por todos ficarem se gabando de te-
rem coisas tão bacanas ele era obrigado a estar à altura deles. Quando questionei com deli-
cadeza se ele era mesmo “obrigado” a isso, concordou que não chegava a tanto, mas que
esse era o desejo dele.
Dan concordou em comparecer a mais algumas sessões de terapia e nas semanas se-
guintes seu ressentimento com os vizinhos se tornou aparente. Quando tratamos de algu-
mas das causas de sua raiva, ele revelou que fora pobre quando criança e que nunca quis
que seus filhos passassem por isso. As outras crianças caçoavam dele, que acabava en-
trando em brigas, porque sua família não podia pagar as roupas e os brinquedos caros que
elas tinham. Por isso tinha orgulho de se manter à altura dos outros para poder oferecer à
família um estilo de vida comparável ao das pessoas a seu redor.
No fundo, porém, Dan valorizava mais o tempo que passava com a família do que seus
bens materiais. E quanto mais falávamos sobre o estilo de vida que levava, mais insatisfeito
consigo mesmo se mostrava. Ele sabia que preferia passar mais tempo com a família do que
trabalhar em excesso para comprar mais coisas. Pouco a pouco, começou a mudar o modo

Free download pdf