IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

desejaria salientar-se administrativamente do que o próprio comandante de Organização Militar?


Os resultados desta orientação foram excelentes; que o digam as dezenas de comandantes ou
diretores que receberam recursos do Ministro do Exército.


Visitei os Grandes Comandos e Unidades do II Exército, localizados em São Paulo, Quitaúna,
Campinas e Campo Grande, em abril. Era o mesmo exército do sul - dedicado às suas atividades
profissionais, sequioso de recursos, preocupado com a preservação do material e o bem-estar da
tropa, enfim, empenhado na obtenção da eficiência operacional máxima. Reuni, como era normal
fazê-lo em todas as guarnições visitadas, os oficiais em auditório. Falei-lhes dos nossos problemas
internos, dos propósitos de solucioná-los racionalmente, dentro de nossas possibilidades
conjunturais. Não lhes fiz nenhuma promessa alucinatória, nem lhes amorteci a acalentada esperança
de um Exército forte com apreciações pessimistas. Apresentei-lhes a realidade em que vivíamos,
mostrei-lhes que era capital distinguir o supérfluo do indispensável, dando a este prioridade
absoluta. Abordei com acidez o contraste entre a magnificência oriental de Brasília e a vida modesta,
de relativas privações, nas longínquas guarnições de fronteira. Afirmei e reafirmei o intuito de lutar
para que estas disparidades fossem sanadas. Expliquei-lhes a necessidade de uma política de
alienações de imóveis para que pudéssemos prover o Exército de material, construir organizações
militares imprescindíveis à assistência social, como um novo Hospital Central do Exército, capaz de
substituir um nosocômio de edificação anacrônica - à base de pavilhões -, trazendo ao Exército os
benefícios de uma unidade hospitalar modelo. Realcei-lhes a necessidade de um colégio militar que
atendesse as exigências da numerosa família militar da guarnição do Distrito Federal. Mostrei-lhes a
vantagem de assim proceder, evitando fossem doados, na forma habitual, terrenos e bens do Exército
a outros ministérios, a municípios e estados, sem qualquer vantagem para a instituição militar.


Insisti na coesão militar em torno de seus chefes, premissa vital ao êxito da Revolução. Alertei-
os para as ameaças e perigos da dominação comunista- em plena marcha, hoje, com a indubitável
infiltração vermelha em todos os setores da vida nacional - e preveni-os contra a aplicação,
consciente e lenta, do método marxista de "intervenção gradual", que tão bons resultados vem dando,
através dos governos híbridos, nos países subdesenvolvidos e nos em desenvolvimento. Recordei-
lhes, nestas ocasiões, exemplos de coragem e de sacrifício de companheiros nossos na defesa da
legalidade democrática e de nosso regime.


Encerrei a minha palestra, conduzida sempre de modo coloquial, assegurandolhes que o Exército
Brasileiro jamais toleraria a implantação do marxismo no país; mas se por uma fatalidade isto
ocorresse, era porque o verdadeiro Exército do Brasil tinha morrido e de suas cinzas surgido um
outro exército, de cores alienígenas, muito diferente daquele, a que nos orgulhávamos de pertencer,
nascido nas lutas do massapé nordestino contra os invasores, robustecido nas guerras do Prata e
consagrado na península itálica como lidador imbatível no combate às hostes totalitárias.


Foi este o teor de minha exposição em São Paulo, reprodução de todas que já havia feito nas
guarnições por onde passara, e modelo das que faria nas que visitasse. Entretanto, o grupo de

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