IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

de judeus e vender os demais como escravos.


Aconteceu, então, a diáspora!

Os judeus, dispersos pelo mundo, sofreram as mais ignóbeis discriminações. A intolerância
religiosa dos cristãos, em nada inferior ao fanatismo islamítico, esteve quase sempre presente no
tratamento com os israelitas. As forcas, torturas e fogueiras foram as lúgubres recordações dos
caminhos que trilharam; a iniqüidade acompanhava-os além da vida, porque "a memória dos que
morriam na heresia ficava sendo infame11 .33


A idade moderna parecia abrir outros horizontes aos judeus quando novos acontecimentos
vieram anuviar esse raio de esperança. Dou a palavra aos escritores Randolph e Winston Churchill,
que, de forma lacônica e precisa, bem definiram esse período da vida do povo judeu:


Infelizmente, o espírito da intolerância medieval voltou a surgir cerca de 1870. Na Alemanha, os
judeus foram acusados de dominar a vida nacional e de serem, afinal, intrusos no país. Em 1881,
a Liga Anti-Semítica pediu a Bismarck que retirasse os direitos de cidadania aos judeus e
proibisse a sua futura imigração para a Alemanha. Em 1882, realizou-se um congresso anti-
semítico em Dresden. Quando, em 1894, o oficial francês Alfred Dreyfus foi acusado de vender
segredos militares à Alemanha, o anti-semitismo manifestou-se com grande ardor na França. Na
Rússia, a campanha antijudaica aumentou de intensidade depois de 1890, data em que os judeus
foram deportados de Moscou e Kiev, tendo-lhes sido proibido voltar a essas cidades. As únicas
judias autorizadas a viver em Moscou foram aquelas que possuíam a "carteira amarela de
prostituição"

O século XX, entretanto, reservar-lhes-ia, ainda, piores tormentos - a morte por asfixia nas
câmaras de gás e pela fome nos campos de concentração. Era o genocídio moderno, barbaramente
planejado e perpetrado, por cérebros doentios, em nome da pretensa pureza de uma raça de
dolicocéfalos louros.


O conde de Derby interrogou, em certa ocasião, o historiador inglês Namier, por que motivos,
sendo judeu, não escrevia sobre a história judaica. O famoso escritor deu-lhe a seguinte resposta:
"Derby, não existe a história judaica. Só existe o martírio judaico e escrever sobre esse martírio não
me distrai muito.""


Segregados em guetos, adotando costumes sociais e crenças religiosas que lhes eram
tradicionais, mas que colidiam com os das populações entre as quais viviam, tornava-se cada dia
mais patente a impossibilidade de uma assimilação judaica, como o almejavam muitos judeus
ilustres. Em fins do século XIX começaram a tomar força as idéias de uma pátria para os judeus;
eram os primeiros vagidos do sionismo.


Os judeus, se quisessem sobreviver, precisavam de uma base física para instalarse, e ali viver
como povo livre e independente. Com este propósito organizou-se, em 1897, sob a presidência de

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