situação de emergência, já aqui mencionada, que induziu à solução de exceção. Não constituiu,
certamente, decisão feliz incrustá-lo - um corpo estranho - na organização prevista para operações
militares convencionais; mas era a saída imediata e impositiva reclamada pela conjuntura. A guerra
revolucionária estava a exigir uma reformulação dos processos de atuar e igualmente das estruturas.
Em virtude de ocorrências anteriores, quando assumi o Comando do 1 Exército, já tinha
meditado sobre uma fórmula prática de evitar se repetissem. Consistia em retirar do meu Chefe de
Estado-Maior a responsabilidade do DOI/CODI, dando a este uma chefia independente, subordinada
diretamente ao Comandante do Exército.
Esta modificação, conquanto não fosse oficial, surgia por imposição da prática, e desprezá-la
por suscetibilidades burocráticas traria o risco da renovação de problemas desagradáveis.
Tomei a decisão de proceder desta maneira e selecionei para a chefia do DOI/ CODI um oficial
de excepcionais dotes profissionais, a cujas inteligência e dedicação muito se deve o perfeito
controle da repressão e os êxitos da contenção dos subversivos na área daquele Exército, sem
desvarios histéricos ou exageros emocionais.
Este oficial, o então coronel Adyr Fiuza de Castro - jogado, como generalde-brigada, às feras,
numa reunião do Alto Comando do Exército, em virtude da circunstância de ter sido sempre leal ao
general Sylvio Frota, de quem foi, em todos os momentos, incondicional amigo - recebeu esta
dificílima missão com orgulho e entusiasmo.
Nunca me arrependi de tal decisão. O coronel Fiuza foi um rigoroso cumpridor de minhas
ordens, ligando-se comigo, desde que necessário, a qualquer hora do dia ou da noite. Seu dinamismo
lembrava uma lançadeira na movimentação constante, de um lado para outro - do DOI para o meu
quartel-general e deste para o DOI.
Visando a mostrar as vantagens e eficiência desse tipo de controle, vou narrar um dos numerosos
fatos verificados naquela época.
Um jornalista de conhecido temperamento combativo, em virtude de artigo que publicara, foi
mandado recolher preso, por ordem do Ministro do Exército, às dependências do DOI/CODI do 1
Exército. A detenção ocorreu de madrugada, entretanto, instantes após a sua apresentação naquele
órgão, tilintou a campainha do meu telefone. Era o coronel Fiuza, comunicando-me a decisão do
ministro e a entrada do detido no quartel. Determinei seguisse para o DOI, onde iria encontrá-lo. Ali,
com o bom senso que não deve faltar nesses momentos, o caso foi satisfatoriamente resolvido.
Todas estas considerações e exemplos dei-os aos generais comandantes de área, em conversas
isoladas ou em conjunto, além das instruções por escrito, expendidas em memorandos diversos. Não
havia, portanto, razões que explicassem o mau funcionamento do DOI/CODI do II Exército.
Logo depois da morte do jornalista Herzog voltei a tratar como general D'Ávila Mello do