não ter sido ninguém, ele assumiria a responsabilidade da informação. Não se pode omitir, aqui, uma
referência à lealdade do general Hugo Abreu ao presidente, de quem recebera a informação.
Dias depois, ao término de despacho normal, o presidente declarou-me:
-Você me mandou nomes de três coronéis para matricular na Escola Superior de Guerra. Aprovei
os de dois e tirei o do coronel Homem de Carvalho. O Figueiredo esteve aqui e deu-me a respeito
dele informações negativas, e fui obrigado a cortá-lo da relação. Eu até gosto desse rapaz que foi
Secretário de Segurança do estado do Rio de janeiro, onde prestou bons serviços. Dispensou-me
sempre consideração. O Hugo já lhe comunicou. Não?
Respondi-lhe que sim e retirei-me.
Nem sempre os fatos passados no silêncio e sigilo dos gabinetes deixam de transpirar, em bem
da verdade. A comunicação do Chefe da Casa Militar ao Ministro do Exército traduziu o que na
realidade ocorreu.
Os romanos, talvez mais céticos em relação à humanidade, tinham um deus bifronte. Nós não o
temos.