IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

ministro ao presidente a indicação de mais três coronéis para preenchê-las, entre eles o coronel
Homem de Carvalho.


O ato do ministro chegou ao conhecimento do 1 Exército e o coronel foi avisado, a fim de que
tomasse as medidas preparatórias de seu interesse.


Essas atividades eram normais e correntes, seguindo os documentos, sem óbices, todos os
trâmites administrativos.


Contudo, com a indicação do coronel Homem de Carvalho tal não aconteceu, e o general Hugo
Abreu, na sua habitual função de Chefe da Casa Militar, telefonoume uma tarde para informar ter o
presidente cortado o nome do coronel Homem de Carvalho da relação de matrícula, mas aprovado as
duas outras indicações.


General Hugo esclareceu ter a medida decorrido de recomendação pessoal do Chefe do SNI, que
considerava inconveniente a permanência daquele oficial no Rio. Soubera-o, naturalmente, do
general Geisel.


Pedi que me dissesse precisamente os motivos. Respondeu desconhecê-los, mas julgava serem
negativos.


Fiz imediata ligação telefônica para o Comandante do 1 Exército e comuniqueilhe a decisão do
presidente. Pedidos os motivos, disse-lhe crer, de acordo com o que declarara o general, serem
informações negativas dadas pelo SNI.


O coronel Homem de Carvalho e o Chefe do SNI eram amigos antigos, um pouco estremecidos
nos últimos tempos em virtude de, consoante voz corrente, não vir o coronel Carvalinho - como era
conhecido - cumprindo os seus deveres de vassalagem quando ia a Brasília, que consistiam em
visitar e homenagear o Chefe do SNI no palácio do Planalto.


Ao saber da medida, telefonou, ou alguém telefonou por ele, para o SNI, reverberando com
palavras acres o procedimento de seus colegas que ali serviam, dizendo-lhes que estava a par de
tudo em decorrência de um telefonema do ministro ao Comandante do 1 Exército.


O general Figueiredo, Chefe do SNI, procurou, então, o general Hugo Abreu e interpelou-o sobre
a informação prestada ao ministro, declarando que não tinha sido ele, Figueiredo, que informara o
presidente negativamente a respeito do coronel Carvalho.


O Chefe da Casa Militar ligou-se com o general Chefe do CIE e quis saber se a informação
negativa partira daquele Centro, ao que o general respondeu de forma incisiva:



  • Se fosse daqui, o ministro não encaminharia o documento!


Nesta balbúrdia, disse o general Hugo Abreu, segundo consta, muito indignado, que em vista de
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