IDEAIS TRAÍDOS - sylvio frota - 706 Págs

(EROCHA) #1

publicamente, em São Paulo - com fotografias estampadas em jornais -, pelo Presidente da
República, numa clara demonstração de quanto este prezava a atuação marxista do cortejado e
desprezava a leal e democrática informação de seu ex-ministro.


O general João Baptista Figueiredo, nas comemorações do quadragésimo aniversário de sua
formatura, no Clube da Aeronáutica, ao ser entrevistado por um jornalista, não negou o conhecimento
e, portanto, a existência dos comunistas mencionados na minha denúncia, afirmando que havia muito
mais do que isto. Descartou-se da responsabilidade de nenhuma providência ter sido tomada, porque
lhe cabia informar e não julgar.


Eis o trecho relativo ao assunto, divulgado pelo jornal do Brasil de 27 de novembro de 1977:

No Clube da Aeronáutica, a algumas centenas de metros de distância, o general Figueiredo
voltaria a conversar com os jornalistas, ao se ver cercado antes do almoço. Perguntaram-lhe
sobre a lista dos 97 comunistas em cargos públicos segundo a denúncia atribuída ao ex-ministro
Sylvio Frota e recentemente publicada na imprensa.


  • Eu) á conhecia há muito tempo, disse ele. Não traz nada de novo. Existem muito mais do que
    os 97.


Ele se recusou, porém, a falar sobre o significado da denúncia:


  • Minha função é informar e não julgar.


Então, era o Chefe do SNI que afirmava à imprensa existirem muito mais do que 97 comunistas
infiltrados nos setores públicos. E declarava, ainda, ser a sua tarefa a de informar, o que significava
ter tido o presidente Geisel conhecimento da presença deste grande número de marxistas nos órgãos
federais e estaduais de seu governo.


O general Ernesto Geisel nenhuma providência tomou, o que não constituiu surpresa para mim
que sabia de seus pendores esquerdistas, aliás, confirmados sete dias depois, em 31 de maio, na
audiência que me concedeu.


E o general Figueiredo por que não agiu quando, como Presidente da República, não mais lhe
cabia informar, mas sim julgar?


O documento relacionando 96 elementos marxistas em funções públicas estava classificado
como CONFIDENCIAL, isto é, de rigorosa recomendação sigilosa, todavia, foi divulgado, em
novembro de 1977, em alguns jornais. O matutino paulista O Estado de S. Paulo publicou-o, no dia
24 de novembro de 1977. A cópia difundida não era, entretanto, idêntica ao original que remeti ao
Serviço Nacional de Informações. Vejamos o justificar desta asserção.


Em fins de maio, ao examinar o trabalho que deveria ser enviado ao SNI, achei conveniente dele
retirar, na parte "Governo de S. Paulo'; todo o trecho referente à criação do Serviço Estadual de

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