como o sol que surge bruscamente entre as negras nuvens da borrasca.
Os nomes dos 160 vaidosos, pusilânimes e subservientes Pares restantes foram levados para o
esquecimento, como uma enxurrada de detritos produzida pela tempestade.
A FUNÇÃO MINISTERIAL MILITAR E O DEVER DE INFORMAR
O cargo de Ministro do Exército reveste-se, como nos das demais Forças Armadas, de
características mui especiais que não são encontradas nos ministérios ditos civis. Nestes, os
problemas são apenas político-administrativos, enquanto naqueles aparece como importante - quiçá
principal - o fator militar. Ele, para os militares, deve ser considerado prioritário quer no apreciar
quer no solucionar as questões. Isto dá à maioria daqueles problemas uma impregnação castrense.
Para bem compreender este aspecto é preciso não esquecer que os ministros das pastas militares
dirigem coletividades destinadas, na letra constitucional, "à defesa da Pátria e à garantia dos poderes
constituídos, da lei e da ordem". Estas coletividades - a Marinha, o Exército e aAeronáutica-
recebem, portanto, da Constituição Federal, uma missão, ao passo que os outros ministros têm
atribuições, citadas em caráter geral.
Há que distinguir, todavia entre MISSÃO e ATRIBUIÇÃO.
A missão é imperativa, incisiva quanto à sua execução; seu cumprimento constitui ponto de honra
para o militar, disponha ou não de meios adequados. Do episódio das Termópilas ao do Alcazar de
Toledo, transcorreram-se 24 séculos sem que se alterasse, nos verdadeiros soldados, a obstinada
vontade de concretizá-la plenamente - gloriosa e única compensação desejada.
Já a atribuição apresenta cunho bem diverso. É uma incumbência, decorrente da função;
vocábulo que, levado ao plural - atribuições -, muda-lhe o sentido para prerrogativas ou poderes,
acepção que, ao que parece, é usada na nossa Constituição.
A missão de defender a Pátria e assegurar o regime revela um compromisso do militar com a
Nação, da qual emana todo o poder, cujo instrumento são as Forças Armadas.
A coletividade militar adquiriu, por tudo isso, a consciência de sua responsabilidade nos
destinos da Pátria, e dela não abdicará. Obriga-se, assim, a acompanhar os acontecimentos, pela
necessidade de melhor conhecê-los e de preparar-se para cumprir sua missão constitucional.
Os militares, em especial os oficiais, desejam, pois, ser bem informados, e torna-se um DEVER
inalienável aos chefes informá-los constantemente; do contrário, incidem moralmente, assim o julgo,
num crime de traição funcional.
O Ministro do Exército, todavia, reúne em si duas funções: a de auxiliar do Presidente da
República, na execução de sua política de governo, e a de comandante superior do Exército.