Fotografe - Edição 279 (2019-12)

(Antfer) #1

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Paulistano da gema, Alexandre Urch
cresceu na “selva de pedra” da megalópole
brasileira. Desde o início de sua trajetória
na fotografia, em meados dos anos 1990,
ele busca na rua a matéria-prima para
sua criação. Seu principal objetivo é o
de mostrar a rua como ela realmente
é. “A rua é um ambiente hostil, duro e
sujo, mas também humano, para quem
abre seus olhos para ela. Gosto de tornar
visível aquilo que passa por invisível para a
maioria das pessoas”, explica Urch.
Seu trabalho é composto por séries,
a maioria delas surgidas do embate com
o ambiente urbano. A série Everyday
People, ganhadora da categoria Ensaio do
Concurso Leica-Fotografe, em 2012, foi
totalmente feita com um iPhone 3GS no
metrô de São Paulo, em uma época em
que poucos pensavam ser possível realizar
um trabalho fotográfico profissional
usando um smartphone. Dentre outras
séries urbanas que ele destaca estão
Babilônia Zero Onze, com imagens do dia
a dia de São Paulo, e O Cheiro da Rua, na
qual busca exprimir os odores da cidade
por meio de imagens.
As grandes referências para Urch são
os fotógrafos americanos Bruce Davidson
e Bruce Gilden, que fotografaram as ruas

ALEXANDRE URCH:


A RUA COMO ELA É


Acima, mulher flagrada enquanto fazia
selfie; abaixo, o vidro estilhaçado se
sobrepõe ao rosto de usuária do metrô
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