Fotografe - Edição 281 (2020-02)

(Antfer) #1
Fotografe Melhor no 281 81

havia investido quase tanto quanto
foi gasto no programa espacial
americano de viagem à lua para criar
a nova câmera. Exageros à parte, o
certo é que a SX-70 acompanhou a
nave Apolo XVII nas incursões pela
lua, mas só a passeio, pois se tratava
apenas de jogada de marketing.


FILME INSTANTÂNEO
O filme instantâneo XS-70
(ISO 150) media 8,8 x 10,1 cm,
com imagem ocupando a área de
7,9 x 7,9 cm. Por causa da reação
química ao ar livre e sem negativo,
fazia surgir a imagem no papel
fotográfico. A foto ficava pronta em
um tempo máximo de 5 minutos
a 21º C – a emulsão secava e
endurecia rapidamente. Com o
sistema automático implantado
na nova câmera, todo o antigo
processo ficou ultrapassado: puxar
o filme com força, evitar o contato
com os produtos químicos tóxicos
do processo, contar o tempo de
revelação de cada foto, descolar
cuidadosamente o negativo para
ver a imagem formada.
Parecidas com as antigas câmeras
de fole, a SX-70 foi desenhada como
uma forma de revitalizar esse antigo
sistema. A sanfoninha de borracha
viabilizou uma câmera dobrável,
de maneira que, quando aberta, o
plano do filme ficasse bem afastado
da objetiva. Combinando com um
complicado jogo de três espelhos e
lentes, foi possível incorporar até um
grande visor reflex que se elevava
acima do conjunto.
Funcionava assim: a luz vinda da
objetiva rebatia no espelho do fundo
e era refletida no segundo espelho,
que cobria o filme, sendo então
captada pelo espelho do visor e a
imagem vista pela ocular. No disparo,
a exposição era bem mais simples: o
segundo espelho se levantava e seu
verso, também espelhado, dirigia a
luz diretamente para o filme. Depois
do disparo, o espelho retornava à
posição original e a chapa era ejetada
para fora da câmera.


A SX-70 tinha um
sistema dobrável
que transformava
a câmera em uma
espécie de estojo,
como se vê na
sequência de fotos

lente
A SX-70 tinha
uma objetiva de
116 mm f/8 (ia até
f/22) e distância
mínima de foco
de 27 cm
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