Aero Magazine - Edição 309 (2020-02)

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SPEED


BRAKES


Comuns em grandes jatos, eles se tornam cada
vez mais presentes em aviões de pequeno porte

POR | NVTEC TREINAMENTOS, ESPECIAL PARA AERO MAGAZINE


AEROAULA


S


e você tem costume de
viajar em aviões a jato de
carreira, provavelmente já
viu um speed brake funcio-
nando. São aquelas super-
fícies de metal que se levantam no
dorso das asas, usualmente acionadas
pelos pilotos quando o avião está em
procedimento de descida para o pou-
so, e também na frenagem, logo após
o toque na pista. Caças e treinadores
militares a reação também os utilizam.
Bem menos usual é a presença
desse tipo de recurso em aviões de
pequeno porte tracionados a hélice.
Mas, nos últimos anos, à medida
que o formato da fuselagem desses
aparelhos vem se tornando cada vez
mais aerodinâmico, o arrasto induzido
diminuiu significativamente. Com
isso, as dificuldades para reduzir a
velocidade dos aparelhos durante o
voo aumentaram. Nesse tipo de avião,
é comum que a simples diminuição
da potência do motor não gere, de
imediato, a desaceleração que o piloto
necessita. Além disso, essa redução
brusca no manete pode provocar um
resfriamento muito rápido do motor
(shock cooling), o que causa danos
mecânicos em longo prazo.
Os cilindros dos motores a pistão
são feitos com diferentes materiais,
como aço inoxidável, alumínio e
bronze. Cada um deles possuiu
coeficientes de dilatação térmica
diferentes. Quando a temperatura dos

Speed brake precise flight
estendido e recolhido

cabeçotes (Cilinder Head Temperature


  • CHT) se altera de forma repentina

  • aquecendo ou resfriando –, as dife-
    rentes dilatações forçam os materiais
    uns contra os outros, provocando
    trincas. Como referência, os motores
    Lycoming suportam variações de
    CHT na casa de um grau Fahrenheit
    (equivalente a 0,56 grau Celsius) a
    cada segundo. Já nos Continental,
    essa alteração não deve ser superior a
    1 °F a cada três segundos.


ARRASTO PARASITA
Por isso, para facilitar a redução de
velocidade em aeronaves pequenas
e muito “lisas”, a indústria passou
a oferecer os speed brakes (também
conhecidos como air breaks ou
spoilers). Instalados aos pares, esses
dispositivos ficam usualmente posi-
cionados na metade traseira das asas.
São acionados por motores elétricos
ou por sistema de vácuo. Quando são
estendidos, geram uma interferência
no fluxo de ar que aumenta o arrasto
parasita, provocando a rápida dimi-
nuição da velocidade.
Alternativamente, o speed brake
permite que o piloto incremente a ra-
zão de descida sem que o avião ganhe
velocidade. Várias aeronaves, como
o Piper M350 e os aviões Mooney, já
os recebem de fábrica. Mas o equi-
pamento também pode ser instalado
legalmente, por empresas especiali-
zadas, em diversos aviões novos ou
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