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om o avanço
do processo de
aquisição de
sua divisão de
aviação comer-
cial pela Boeing, a Embraer
se prepara para se tornar uma
nova empresa. A operação deu
origem à joint venture denomi-
nada Boeing Brasil - Commer-
cial, com 80% de participação
da Boeing e 20% da Embraer.
Antes do anúncio dessa parce-
ria, a Embraer S.A. era o tercei-
ro maior fabricante aeronáu-
tico do mundo e possuía três
núcleos principais de negócios,
atuando nos mercados de avia-
ção regular, executiva e militar
- com 18 mil funcionários e
receita liquida de 18,7 bilhões
de reais. Agora, a perspectiva
é que a parte remanescente
da empresa passe a atuar com
metade desse total de empre-
gados e receita liquida de 7,8
bilhões de reais. Ainda assim, a
nova Embraer deverá perma-
necer como um dos principais
players do mercado, inclusive
na aviação comercial, tendo em
vista os 20% de participação no
negócio com a Boeing.
Oficialmente, antes de tudo
estar sacramentado, a Embra-
er não comenta detalhes do
processo de consolidação da
joint venture com a Boeing,
nem seus planos. Mas o que se
espera é que os segmentos re-
manescentes – aviação militar
e de negócios, além do setor de
serviços – sejam os pilares de
receita da companhia.
OPORTUNIDADES
Com considerável espaço
para crescer no curto prazo,
o setor de serviços deverá ser
um dos mais beneficiados
com as mudanças. Hoje, ele
representa 19% dos negócios
da Embraer, mas tem potencial
para se tornar uma unidade
com participação de receita
considerável. Um dos dife-
renciais seria oferecer novos
serviços para a frota de aviões
Embraer – em especial jatos de
negócios de gerações ante-
riores – e até aeronaves feitas
por outras empresas. Extrao-
ficialmente, alguns executivos
cogitam desenvolver serviços
de modernização e tecnologias
para aviões de fabricantes di-
versos, utilizando a capacidade
instalada.
No setor militar, a Embra-
er espera que a joint venture
Boeing Embraer – Defense,
especialmente criada para
venda e suporte do cargueiro
agora denominado C-390
Millennium, possa alavancar
pedidos no mercado interna-
cional. A Embraer terá 51%
de participação, enquanto a
Boeing deterá os 49% res-
tantes. Um dos trunfos da
parceria é que, com o apoio da
Boeing, programas da empresa
brasileira poderão participar
de concorrências das forças
armadas dos Estados Unidos.