Aero Magazine - Edição 308 (2020-01)

(Antfer) #1

MAGAZINE 308 | (^47)
BOEING747-200B
Motores 4 Pratt & Whitney JT9D-7
Comprimento 70,60m
Envergadura 59,60 m
Altura 19,30 m
Peso vazio 174.000 kg (383.604 lb)
Peso máximo de decolagem 377.842 kg (833.000 lb)
Velocidade 893 km/h a 33.000 ft
Autonomia 12.690 km
SUÉCIA
BOEING 747-200B – JUMBO STAY HOSTEL, ESTOCOLMO
QUANDO SE PENSA EM tama-
nho para um hotel-avião, a uni-
dade localizada no aeroporto de
Arlanda, em Estocolmo, na Suécia,
revela-se insuperável. A aeronave
é um icônico 747-200B Jumbo
Jet, originalmente construído em
1976 para a Singapore Airlines,
que terminou seus dias na sueca
Transjet em 2002, depois de voar
para várias companhias aéreas,
incluindo a lendária Pan Am. A
ideia de transformar o maior avião
de passageiros do mundo (título
que manteve por 37 anos) foi do
empresário Oscar Diös, que em
2006 resolveu adquirir a sucata
de 174 toneladas praticamente
abandonada no pátio do terminal
sueco. Após quase três anos de
reformas completas, que incluíram
a retirada de 450 assentos, limpeza
profunda, isolamento térmico e
pintura, finalmente, em janeiro de
2009, o Jumbo Stay recebeu seus
primeiros hóspedes.
São 33 quartos e 76 camas no
total, com destaque para a suíte
cockpit, instalada na cabine de co-
mando da aeronave com acesso ao
painel de instrumentos e coman-
dos da aeronave originais, tudo
em excelente estado. Há também
os quartos instalados nas turbinas,
sob as asas do 747, que, de tão
apertadas, mais parecem câme-
ras para exames de ressonância
magnética. Nesta opção, claro, não
há espaço para mais nada além da
cama. Quando perguntado sobre
o seu modelo de negócio, Oscar
Diös é taxativo: “Essa é a alterna-
tiva de baixo custo que Arlanda
precisava havia muito tempo,
mas também uma experiência
diferente para os hóspedes”, diz o
proprietário do inusitado empre-
endimento. “Tínhamos algumas
pessoas entrando, só para dar uma
olhada. Eles deveriam estar hospe-
dados em um hotel próximo, mas,
assim que viram o que tínhamos a
oferecer, imediatamente cancela-
ram suas reservas e ficaram aqui”,
diz Sebastian Sandler, gerente de
serviço do Jumbo Stay.
Criado na década de 1960 para
substituir o Boeing 707, motivado
pela crescente demanda de passagei-
ros na aviação comercial, a “rainha
dos céus”, como ficou conhecido
o 747, veio para revolucionar o
mercado, sobretudo pelo número de
passageiros que poderia transportar



  • quase o triplo de seu antecessor.
    O então presidente da Boeing, Bill
    Allen, e o CEO da empresa aérea
    americana Pan Am, Juan Trippe,
    eram amigos de longa data. Durante
    uma pescaria, Trippe teria indagado
    Allen sobre os planos para um gran-


de avião de passageiros: “Se você
construir, eu compro”. E a resposta
não poderia ser mais direta: “Se
você comprar, eu construo”.
A fama do novo 747 não se
deu apenas por conta de suas ino-
vações tecnológicas, mas, também,
por seu glamour. Com um lounge
onde se serviam coquetéis, o avião
prometia uma experiência de
viagem elegante e descontraída. As
medidas do Jumbo eram (e ainda
são) superlativas: com mais de 70
metros de comprimento e uma
envergadura de quase 60 metros,
a aeronave comportava entre 366
e 550 passageiros, dependendo da
disposição dos assentos.
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