Aero Magazine - Edição 308 (2020-01)

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a madrugada da
primeira sexta-
-feira de 2020, dia
3 de janeiro, dois
mísseis Hellfire
lançados por um drone MQ-9
Reaper da Força Aérea dos Estados
Unidos acertaram veículos de um
comboio que deixava o aeroporto
internacional de Bagdá, no Iraque.
O ataque matou o major-general
Qasem Soleimani, o militar mais
importante do Irã, além de outras
figuras importantes das milícias
xiitas iraquianas. Apesar de seu
título, Soleimani não pertencia
ao exército ou às demais forças
militares da República Islâmica do
Irã. Ele ocupava o posto mais alto
da hierarquia da poderosa Força
Quds do Exército dos Guardiães
da Revolução Islâmica – uma or-
ganização paramilitar subordinada
diretamente ao Líder Supremo do
Irã, o aiatolá Ali Khamenei. A For-
ça Quds é a organização responsá-
vel pelas operações no exterior do
Irã e Soleimani, velho conhecido
dos americanos, foi o mentor de
diversas iniciativas militares e de
inteligência iranianas nas últimas

duas décadas, incluindo interven-
ções em locais como Golfo Pérsico,
Síria, Iraque, Líbano e Iêmen.

A AERONAVE
A plataforma aérea do MQ-9 Rea-
per é a evolução direta e substancial
do pioneiro MQ-1 Predator, que
entrou em serviço em 1994. O voo
inaugural do primeiro protótipo do
MQ-9 ocorreu em 2 de fevereiro de


  1. Enquanto o Predator é um
    aparelho relativamente pequeno,
    do tamanho aproximado de um
    Cessna 172, seu herdeiro tem prati-
    camente a mesma dimensão de um
    Embraer A-29 Super Tucano, ou
    seja, quase 50% mais longo – e uma
    envergadura bem maior.
    A adoção de um motor turbo-
    -hélice Honeywell no MQ-9 dobrou
    a velocidade de patrulha em relação


ao modelo anterior. Sua capacidade
de levar armamento e sensores
aumentou dez vezes. Já a altitu-
de máxima operacional dobrou,
passando de 25 mil para 50 mil pés.
A autonomia foi o único parâmetro
que permaneceu idêntico: 24 horas
até o combustível se esgotar.

A OPERAÇÃO
Multimissão por natureza, além
de marcar seus próprios alvos com
o laser da torreta ótica, o Reaper
pode receber, via datalinks, dados
de designação de alvos transmitidos
por equipes em solo para orientar
suas armas. Alternativamente, ele
também pode ser empregado para
identificar, com a torreta laser, alvos
para bombas GBU transportadas
por outras aeronaves, incluindo
caças e bombardeiros B-1B.

Sob o nariz do
drone fica a
torreta eletro-
óptica e, em
cima, a antena
de comunicação
de dados via
satélite

O MQ-1 Predator deu início à família
de drones da General Atomics
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