O Estado de São Paulo (2020-03-11)

(Antfer) #1

%HermesFileInfo:B-2:20200311:


B2 Economia QUARTA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


São muito favoráveis os


indicadores da Compa-


nhia Nacional de Abas-


tecimento (Conab) so-


bre a safra de grãos


2019/2020, apontando


para um crescimento


da produção de 4,1% e para um volume


total de 251,9 milhões de toneladas,


com avanço de 9,9 milhões de tonela-


das em relação à safra anterior.


Um dos aspectos mais importantes


dos dados está no aumento da produ-


tividade das lavouras, que está retor-


nando aos níveis recordistas observa-


dos na safra 2016/2017. Nesse particu-


lar, destaca-se a produtividade da so-


ja, do milho, do arroz, do feijão-preto


e do algodão em pluma e em caroço,


além do sorgo.


Percebe-se a confiança dos produto-


res pelo aumento da área plantada, de


2,4% em relação à safra anterior, atin-


gindo, no período 2019/2020, 64,78


milhões de hectares, o que representa


um acréscimo de 1,5 milhão de hecta-


res. Como as condições climáticas


têm sido favoráveis, a percepção é de


que os resultados preconizados pelos


técnicos da Conab tenham elevada


probabilidade de ser alcançados.


No Brasil, a produção agrícola tem


dupla função. Assegura a oferta de


grãos a preços módicos para a popu-


lação e para a indústria, que depende


de insumos básicos. E garante moe-


das fortes com suas exportações


crescentes.


Ao atender à demanda global, os


exportadores brasileiros contribuem


expressivamente para manter o supe-


rávit do comércio exterior, que vem


sendo afetado pela competitividade


insatisfatória dos manufaturados. A


importância da exportação de com-


modities agrícolas será maior em de-


corrência da queda dos preços do pe-


tróleo, afetando negativamente um


segmento marcado por vendas cres-


centes ao exterior.


As exportações do agronegócio atin-


giram US$ 96,8 bilhões em 2019, equi-


valendo a 43,2% do total das vendas


externas do País, segundo a Secreta-


ria de Comércio e Relações Interna-


cionais do Ministério da Agricultura,


Pecuária e Abastecimento (Mapa).


Houve um crescimento em relação a


2018, quando essa participação foi de


42,3%, e é muito provável que esta si-


tuação se repita em 2020, dada a de-


manda internacional por produtos


alimentícios.


Os resultados da safra de grãos se-


rão decisivos para o superávit do agro-


negócio neste ano e, em consequên-


cia, serão vitais para o equilíbrio do


balanço de pagamentos num ano de


crises globais.


Editorial Econômico


Safra de grãos


tem novas e


boas perspectivas


E-MAIL: [email protected]
TWITTER: @COLUNADOBROAD

O


Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) acaba de enviar a


minuta de uma portaria para o Ministério da Economia com a pro-


posta de que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) as-


suma, integralmente, os financiamentos do Minha Casa Minha Vida nas


faixas 1,5 e 2, que atendem a famílias com renda mensal de até R$ 2,6 mil e


R$ 4 mil, respectivamente. A informação foi apurada pela Coluna do Broad-


cast com fontes de mercado e confirmada pelo MDR. Nessas faixas, 90%


do financiamento partem do FGTS, enquanto 10% saem do Orçamento-


Geral da União. O problema é que a crise fiscal na qual o País mergulhou


nos últimos anos praticamente secou o dinheiro do Orçamento, travando


a contratação de novos empreendimentos do programa habitacional.


»O retorno. Para contornar o pro-


blema, a portaria determina que o


FGTS banque todo o financiamento


nessas faixas, incluindo a parte de


10% do Orçamento. Se confirmada,


a iniciativa será um repeteco da


mesma portaria publicada pelo go-


verno federal no ano passado, quan-


do também faltou dinheiro da


União para abastecer o Minha Casa


Minha Vida, derrubando vendas de


imóveis de MRV, Direcional, Tenda


e Cury, entre outras.


»Raspou o tacho. O Orçamento


Geral da União repassou neste mês


R$ 87 milhões para retomar contra-


tações que tiveram algumas paradas


ao longo de janeiro e fevereiro, con-


forme relato de empresários. Ao to-


do, as transferências para o progra-


ma neste ano somam R$ 267,6 mi-


lhões nas faixas 1,5 e 2. A faixa 3 não


tem subsídios. A expectativa é que


a portaria proposta pelo MDR passe


a valer logo após o esgotamento


dos recursos da União, o que deve


ocorrer nas próximas semanas.


»Em risco. A pedido do Sindicato


dos Trabalhadores nas Indústrias


da Construção Pesada (Siticop-


MG), a Justiça do Trabalho em Para-


catu (MG) concedeu liminar deter-


minando que a mineradora canaden-


se Kinross forneça ampla gama de


documentos e informações sobre a


segurança na barragem de Eustá-


quio, que apresenta suspeita de trin-


cas e fissuras.


»Medo. Traumatizados após as tra-


gédias em Mariana e Brumadinho,


os empregados representados que-


rem que a empresa comprove as


ações que estão sendo executadas


para garantir sua segurança, segun-


do o advogado Maximiliano Garcez.


»Precioso. A Kinross é uma das


maiores produtoras de ouro do Bra-


sil, responsável por 22% da extra-


ção nacional e pelo mesmo porcen-


tual dos postos de trabalho formais


do município de Paracatu, com cer-


ca de 1.800 empregados diretos e


quase 3 mil terceirizados. A barra-


gem Eustáquio está em operação


desde 2010 e tem 750 milhões de


metros cúbicos de capacidade, sen-


do que 19% do total são utilizados.


»Melhor prevenir. A juíza Claudia


Eunice Rodrigues diz na decisão que


em patrulhamento próximo à estra-


da de Machadinho, a Polícia Militar


Ambiental constatou a presença de
fissuras e trincas na estrutura. A ma-

gistrada escreveu que os responsá-


veis pela mineradora afirmaram que


as avarias podem ter sido causadas


pelas chuvas recentes.


»Decisão. “Ademais, se eventual-


mente houver riscos aos trabalhado-


res, as medidas devem ser preventi-


vas e urgentes, em face da natureza


das atividades desempenhadas e dos


traumas já sofridos pela sociedade


obreira em virtude de tragédias re-


centemente ocorridas no mesmo


ramo”, escreve a magistrada.


»Resposta. A Kinross informou


não ter sido notificada até ontem,


mas disse que está disposta a colabo-


rar com o envio das documentações


que atestam a estabilidade e a segu-


rança de suas barragens. Segundo a


empresa, a barragem encontra-se


estabilizada e sem comprometimen-
to de sua estrutura.

»Pé quente. Os calçadistas aumen-


taram a produção em 1% em janeiro,


segundo a Associação Brasileira das


Indústrias de Calçados (Abicalça-


dos). Ainda sem sentir os efeitos do


coronavírus, o setor cresceu em rela-


ção a dezembro, quando houve retra-


ção de 7,8%. Em 2019, a alta acumu-


lada ficou em 1,3%, em relação ao


ano anterior.


»Gripe. A entidade já havia revisto
para baixo a previsão de crescimen-

to em 2020, por conta da epidemia.


A estimativa do setor, que era de


crescimento de 2,5% em janeiro, pas-


sou para 2,2%, no mês passado. Con-


forme a Abicalçados, em janeiro fo-


ram exportados 12,55 milhões de pa-


res, pelos quais foram pagos US$


91,5 milhões, queda de 16,1% em vo-


lume e de 7,3% em receita em rela-


ção ao mesmo mês de 2019.


CIRCE BONATELLI, MARIANA DURÃO E

CRISTIANE BARBIERI

Opinião


F


azer previsões em Econo-


mia pode ser uma arte ingra-
ta, especialmente quando

caímos na tentação de estender a


análise de um período limitado


do tempo a um horizonte mais


longo, subestimando a força de


alguns fatores e superestimando


a força de outros. Foi o que acon-


teceu no começo deste ano, quan-


do o acirramento das tensões en-


tre os Estados Unidos e o Irã fez


muita gente levantar a hipótese


de um conflito de maiores propor-


ções, com todos os impactos ne-


gativos que isso teria na econo-


mia mundial e, consequentemen-


te, no comércio internacional.


Mesmo em tempos em que a


epidemia de coronavírus, a volati-


lidade cambial e a incerteza so-


bre as reformas econômicas no


Brasil elevam o nervosismo do


mercado, há ainda razões para


acreditar que não terminaremos


2020 lamentando resultados. O
que não significa que não existam

cenários que devam ser observa-


dos com muita atenção. Vamos a


eles.



  1. China: a epidemia de corona-


vírus trouxe mais incertezas ao


cenário que será criado pelo acor-


do Estados Unidos-China. Num


primeiro momento, esperava-se


que o provável aumento das ex-


portações americanas ao gigante


asiático poderia frear a demanda


chinesa por produtos brasileiros.


Mas essa eventual perda poderia


ser compensada por uma melho-


ra no bom humor geral do merca-


do, que vê com bons olhos o fim


da guerra comercial entre os dois


gigantes.


Tudo dependerá de quanto tem-


po vai durar a parada total da eco-


nomia chinesa. Hoje, produtores


brasileiros já sofrem com a falta


de insumos chineses para produ-


zir internamente e, eventualmen-
te, exportar. A natureza inespera-

da do episódio torna ainda mais


difícil de fazer qualquer previsão


sobre as consequências humanas


e econômicas.



  1. Crescimento mundial x cres-


cimento do Brasil: a situação chi-


nesa é uma das razões de um cli-


ma de incerteza que paira sobre a


economia mundial, e o cresci-


mento brasileiro está vinculado a


ela. Não me atreveria a arriscar


números, mas ainda acredito que


haverá crescimento, mesmo que


tímido.



  1. Argentina: a situação econô-


mica do país vizinho continuará


prejudicando nossas exporta-


ções de bens manufaturados,
mas esse é um mal conhecido e já

precificado. Além disso, em rela-


ção aos possíveis acordos com a


União Europeia e o Mercosul, o


protagonismo natural recai so-


bre o Brasil, podendo beneficiar


nossos produtos.



  1. Mercosul: o nosso tão subes-


timado bloco econômico do Co-


ne Sul deverá ser reativado e in-


centivado, tanto pelo interesse


dos países-membros como de


grandes economias, como Japão


e Canadá, que têm interesse em


acordos com o bloco. A incógnita


no caminho é qual será a política


ambiental para a Amazônia, e se


ela irá ou não gerar ruídos.



  1. Novos mercados: indepen-


dentemente do que aconteça


com nossos parceiros mais tradi-


cionais, o Brasil deverá buscar


mais agressivamente a abertura


de novos mercados, como, por


exemplo, países do sudeste asiáti-
co e a Índia.


  1. Oriente Médio: como lem-


brei ao iniciar este texto, a região,


infelizmente, continuará suscetí-


vel a agitações políticas, mas na-


da que impeça que continue ten-


do um fluxo comercial substan-


cial com o Brasil.



  1. Importações e exportações


brasileiras: a política cambial é


flutuante. Quando o real se desva-


loriza, os exportadores são bene-


ficiados e os importadores levam


desvantagem. E vice-versa, faz


parte do jogo. Mas a excessiva vo-


latilidade dificulta qualquer pla-
nejamento no longo prazo. Por

isso, o Banco Central do Brasil


poderia ter uma intervenção


mais forte, evitando a alta especu-


lação da moeda.


Portanto, apesar de toda a in-


certeza, há ainda espaço para um


moderado otimismo. Se ele se


concretizará, ou não, vai depen-


der de se identificarem as oportu-


nidades e buscar aproveitá-las.


]


ESPECIALISTA EM COMÉRCIO EXTERIOR

Ainda há espaço para um


moderado otimismo com


relação ao comércio


exterior em 2020


Razões para acreditar


l]


MICHEL


ALABY


coluna do


Sem verba da União, FGTS


vai bancar o Minha Casa


JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL - 17/2/2016

JONNE RORIZ/ESTADÃO–10/4/2010

GRUPO PRIORITY

mercados


US$ 1/NY1 Euro/EuropaLondres1 Libra/ BrasilR$ 1/
Dólar americano 1,000 1,1284 1,2895 0,2153
Euro 0,886 1,0000 1,1428 0,1908
Franco suíço 0,940 1,0604 1,2118 0,2023
Libra esterlina 0,776 0,8751 1,0000 0,1670
Iene 105,549 119,1025136,1070 22,7210

Venc. Aju. C. Abe. Min. Máx.Var.%
Açúcar NY* MAI/20 12,59 399.791 12,38 12,93 -0,16
Café NY* MAI/20 114,35 97.125 108,55 116,15 4,72
Soja CBOT**MAR/20 8,730289.000 8,715 8,795 1,10
Milho CBOT**MAI/203,78578.558 3,7403,7981,27

AS MOEDAS NA VERTICAL:VALOR DE COMPRA SOBRE AS DEMAIS FONTE: IDC

Trabalhador assalariado e doméstica*
SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA
Até R$ 1.045,00 7,5%
De 1.045,01 até R$ 2.089,60 9%
De R$ 2.089,61 até R$ 3.134,40 12%
De R$ 3.134,41 até R$ 6.101,061 14%

Maiores altas do Ibovespa INSS - Competência (Março)


R$ Var. % Neg.
VIAVAREJO ON NM 11,62 21,29 108,8K


VALE ON NM 44,81 18,45 113,4K


CCR SA ON NM 14,90 17,32 47.110


MAGAZ LUIZA ON NM 46,99 16,43 63.099


Maiores baixas do Ibovespa


AMBEV S/A ON 14,42 -1,70 72.741


IRBBRASIL REON NM 13,70 -0,44 55.241


No mundo Pontos Dia%Mês% Ano%


(^1) Nova York DJIA 25.018,16 4,89 -1,54-12,34
(^1) Frankfurt - DAX 10.475,49 -1,41-11,90 -20,93
(^1) Londres - FTSE 5.960,23 -0,09-9,43 -20,98
(^1) Tóquio - NIKKEI 19.867,12 0,85 -6,03 -16,02
IBOVESPA: 92.214,47 PONTOS 1 DIA 7,14 (%) MÊS -11,48 (%) ANO -20,26 (%)
Tesouro Direto ()
Venda Dia % Mês % Ano %
Dólar Comercial 4,6472 -1,63 3,77 15,84
Dólar Turismo 4,8100 -1,70 3,73 15,62
Euro 5,2510 -2,92 6,21 16,84
Ouro 245,566 -3,96 7,23 21,18
WTI US$/barril 34,4300 14,12 -23,93 -43,88
IBrentUS$/barril 37,7000 4,40 -24,75 -42,88
IGP-M (FGV) 1,0682 IPCA (IBGE) -
IGP-DI (FGV) 1,0640 INPC (IBGE) -
IPC-FIPE 1,0364 ICV-DIEESE1,0307
FATORES VÁLIDOS PARA CONTRATOS CUJO ÚLTIMO REAJUSTE OCOR-
REU HÁ UM ANO. MULTIPLIQUE O VALOR PELO FATOR
DATA TAXA ANOTAXA DIA MÊS% ANO%
CDB (22/30) 3,98 -1,00 -3,86 -9,75
CDI 4,15 0,00 0,00 -5,68
TR/TBF/Poupança/Poupança Selic (%) CDB - CDI
7/3 a 7/4 0,0000 0,3057 0,5000 0,2446
8/3 a 8/4 0,0000 0,3196 0,5000 0,2446
9/3 a 9/4 0,0000 0,3335 0,5000 0,2446
Índice Janeiro FevereiroNo ano12 Meses
INPC (IBGE) 0,19 - 4,30 4,30
IGPM (FGV) 0,48 -0,04 0,44 6,82
IGP-DI (FGV) 0,09 0,01 0,11 6,40
IPC (FIPE) 0,29 0,11 0,39 3,64
IPCA (IBGE) 0,21 - 4,19 4,19
CUB (Sinduscon) 0,34 -0,01 0,33 3,82
FIPEZAP-SP (FIPE) 0,33 0,15 0,49 2,17
Inflação (%) Moedas e Commodities
AUTÔNOMO (BASE EM R$) ALÍQUOTA A PAGAR (R$)
De 1.039,00 a 6.101,06 20% De 207,80 a 1.220,21
Vencimento 7/4. O porcentual de multa a ser aplicado fica
limitado a 20%, mais taxa Selic.
Agrícolas - Mercado Futuro
VENCIMENTO (
)ANO (%) R$
Tesouro IPCA 15/8/2026 2,86 2.759,00
15/5/2035 3,68 1.914,15
Com Juros Semestrais 15/8/2030 3,24 4.109,08
Tesouro Prefixado 1º/1/2023 5,20 867,60
1º/1/2026 6,58 690,93
Tesouro Selic 1º/3/2025 0,0310.538,45
()TÍTULOS A VENDA
Agrícolas - Mercado Físico
Índices de reajuste do aluguel (Março)
Dica de um viajante
profissional:
alugue um carro
com desconto
pelo app.
Baixe o app
e alugue
MOVIDA.COM.BR
0800 606 8686
Imagens meramente ilustrativas.
Preço referente ao grupo FX. Pode variar de acordo com a ocupação de cada loja.
é pra ser
A
DIÁRIA + PROTEÇÃO
R$^98 ,40



  • A PARTIR DE
    (*) Em cents por libra-peso (**) Em US$ por bushel
    Ult. Var. (%)Var. 1 ano(%)
    Soja
    CEPEA/ESALQ, R$/sc 60 kg 92,32 -0,24 17,40
    Boi
    CEPEA/ESALQ, R$/@ 202,70 1,65 33,75
    Milho
    CEPEA/ESALQ, R$/sc 60 kg 55,83 0,50 32,52
    Café
    CEPEA/ESALQ, R$/sc 60 kg 544,28 2,17 35,03

Free download pdf