O Estado de São Paulo (2020-03-11)

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B14 Economia QUARTA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2020 O ESTADO DE S. PAULO


Bruno Capelas


A startup de patinetes


elétricos Grow confir-


mou ontem que seu con-


trole acionário foi adqui-


rido pelo fundo latino Moun-


tain Nazca, dono de marcas co-


mo Peixe Urbano e Groupon


na região. Criada em 2019 a


partir de uma fusão entre a


brasileira Yellow e a mexicana


Grin, a companhia de mobili-


dade passava por uma fase di-


fícil, com falta de capital e pro-


blemas de governança, tendo


fechado operações em 14 cida-


des do País e feito demissões


em janeiro. A transação havia


sido antecipada pelo ‘Estado’


no último fim de semana.


Por meio de nota, a empresa


afirmou que a aquisição permiti-


rá a continuidade de suas opera-


ções em três cidades do Brasil


(São Paulo, Rio de Janeiro e Cu-


ritiba), bem como em cinco paí-


ses da América Latina. Na nota,


a Grow não comenta os valores


da transação. No sábado, o Esta-


do publicou que a empresa ti-
nha sido vendida pelo valor sim-

bólico de US$ 1 – segundo fon-


tes, a Mountain Nazca assumiu


as dívidas da Grow, na casa das


dezenas de milhões de dólares.


Atual vice-presidente de mo-


bilidade da empresa, Roberto


Cadavieco foi promovido a pre-


sidente executivo global. Em


nota, ele disse que o foco da em-


presa será ter um modelo de ne-


gócios rentável. Antes da


Grow, Cadavieco já tinha lidera-


do o Groupon no México.


Tropeços. Um dos maiores pro-


blemas das startups de patine-


tes elétricos no mundo, até aqui,


foi ter um modelo de negócios


rentável – o alto custo das via-


gens, afetado por roubos e difi-


culdades de manutenção, afas-


tou muitos usuários. Em São


Paulo, uma viagem de dez minu-


tos de patinete custa cerca de R$


8, o que coloca o modal em rivali-


dade com meios como o Uber.


Manter o negócio rodando e


crescendo foi uma das princi-


pais dificuldades da Grow, que


já surgiu, em 2019, com status de


potencial unicórnio (startup


avaliada em pelo menos US$ 1


bilhão), em uma operação de fu-


são que envolveu US$ 150 mi-


lhões. Não era à toa: uma de suas


partes, a Yellow, foi criada por


Ariel Lambrecht e Renato Frei-


tas, cofundadores do primeiro


unicórnio brasileiro, a 99.


Mas a promessa não se con-


cretizou: com expansão desor-


denada, a empresa também não


conseguiu captar recursos no


mercado. Em abril de 2019, o Es-


tado chegou a noticiar que a


Grow negociava um aporte de


US$ 150 milhões com o Soft-


Bank – transação frustrada por


divergências em números estra-


tégicos. As disputas internas en-


tre mexicanos e brasileiros tam-


bém foram um problema e leva-


ram à saída dos sócios da Yel-


low no dia a dia da Grow.


Anne Warth / BRASÍLIA


A Telefônica e a TIM decidi-


ram negociar, em conjunto, a


compra das operações móveis


da Oi. A informação foi divulga-


da ao mercado na noite de on-


tem. Se o negócio for concreti-


zado, a telefonia móvel ficará


concentrada em três grandes


operadoras (Claro, Vivo e


TIM) e a Oi deixará a telefonia


celular e restringirá sua atua-


ção na banda larga fixa, TV por


assinatura e telefonia fixa.


As duas teles manifestaram


ao assessor financeiro do grupo


Oi, Bank of America Merrill Lyn-


ch, “interesse em iniciar tratati-


vas com vistas a uma potencial


aquisição, em conjunto, do ne-


gócio móvel da Oi, no todo ou


em parte”.


Caso a operação seja consoli-


dada, segundo o comunicado,


“cada uma das interessadas re-


ceberá uma parcela do referi-


do negócio”, de acordo com no-


ta divulgada pela Telefônica e


pela TIM. As empresas infor-


maram ainda que a transação


pode criar valor aos acionistas


e clientes, gerar eficiência ope-


racional e melhorar a qualida-


de dos serviços.


A Oi, maior operadora de tele-


fonia fixa do Brasil, entrou com


pedido de recuperação judicial


em junho de 2016 para reestrutu-


rar aproximadamente R$ 65 bi-


lhões em dívidas. Em julho do


ano passado, a Oi divulgou pla-


nos para levantar até R$ 7,5 bi-


lhões com a venda de ativos não


essenciais – incluindo torres,


centrais de processamento de


dados, imóveis e sua fatia de


25% na angolana Unitel. A


companhia é hoje a quarta


em número de clientes na te-


lefonia celular – serviço que


mais rende receitas para as


empresas de telecomunica-


ção, principalmente devido


aos dados.


Se consolidada, a operação


deve consolidar ainda mais


os serviços na telefonia mó-


vel, que ficariam concentra-


das em Telefônica, Claro e


TIM. Em 2014, as três juntas


já haviam tentado comprar a


antiga “supertele brasileira”.


O edital do leilão do 5G, em


que será licitada a faixa de 3,5


GHz, já considera esse cená-


rio de apenas três grandes te-


les na telefonia móvel.


MERCADO IMOBILIÁRIO:


ALAVANCA DA ECONOMIA NACIONAL
GOVERNADOR

JOÃO DORIA


PAINEL 5


PAINEL 6


14 DE ABRIL


Locação


residencial


Sucessões


bem-sucedidas


PAINÉIS


PAINEL 4


Como a arquitetura


pode impulsionar os


negócios imobiliários


PAINEL 3


FGTS e financiamento


às incorporadoras


PAINEL 1


PAINEL 2


A hora da


retomada


Juros prefixados / crédito


imobiliário corrigido


pelo IPCA / retomada


do financiamento às


incorporadoras


LOCAL:


Hotel Hilton Morumbi


Av. das Nações Unidas, 12.901


São Paulo - SP


Entenda quais são as principais oportunidades e os


novos modelos de negócio que pouco a pouco se


consolidam e influenciam não só a cadeia produtiva,


mas o desempenho de todo o País.


APROVEITE A OPORTUNIDADE E FAÇA SUA INSCRIÇÃO


PRORROGADO LOTE 1 ATÉ 16/3/2020


ATENÇÃO!


INGRESSOS


PRESENÇA CONFIRMADA


REALIZAÇÃO PATROCÍNIO OURO PATROCÍNIO APOIO AGÊNCIA PARCEIRA

Startup Grow é vendida


para fundo latino


lO ‘Estado’ apurou ainda que a


Grow vai desocupar, até o fim do


mês, sua sede no Itaim Bibi, zo-


na sul de São Paulo. Em visita ao


local na semana passada, a re-


portagem descobriu que só dois


dos seis andares estão ocupa-


dos. A partir de abril, o espaço


será repassado a um novo inquili-


no – segundo fontes, será um


dos 11 ‘unicórnios’ do País. / B.C.


TIM e Telefônica anunciam


interesse pela Oi móvel


Dono do Peixe Urbano, Mountain Nazca adquiriu controle da empresa


de patinetes e assumiu dívidas; operação no País está mantida


Coronavírus faz


Google cancelar


evento em SP


ESPECIAL
CORONAVÍRUS

NILTON FUKUDA/ESTADÃO - 16/9/2019

No ar. Aquisição vai permitir que a Grow continue oferecendo aluguel de patinetes em SP


Empresa vai deixar


prédio no Itaim Bibi


Por conta do novo coronavírus,


o Google anunciou ontem o can-


celamento do Cresça com o


Google – Women Will, evento


que reuniria 10 mil mulheres no


Ginásio do Ibirapuera no dia 13.


Em comunicado enviado à im-


prensa, a gigante americana afir-


mou que o cancelamento é uma


“medida preventiva”, seguindo


as orientações da Organização


Mundial da Saúde (OMS) e ou-


tros órgãos de saúde.


É a primeira vez que um gran-


de evento de tecnologia é cance-


lado por uma empresa no Brasil


por conta do coronavírus. Parte


de uma linha de eventos chama-


da Cresça com o Google, a oca-


sião treinaria gratuitamente


mulheres em temas como lide-


rança, carreiras e habilidades di-


gitais, além de mostrar algumas


das ferramentas para empreen-


dedorismo.


O calendário de eventos de


tecnologia tem sido afetado pe-


la epidemia: feiras importantes


do setor, como a MWC (de tele-


fonia celular), a GDC (de ga-


mes) e o SXSW (de inovação e


cultura), foram cancelados nas


últimas semanas. / B.C.


Se concretizada a


negociação, a telefonia


móvel no País ficará


concentrada em três


grandes operadoras

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