Crônica do Paulo Mauá
liberdade é uma
calça velha, azul e
desbotada.
liberdade é uma
calça velha, azul e
desbotada.
liberdade é uma
calça velha, azul e
desbotada.
Porvocês
Fariatudo.Faço.
Dificilmenteaceitoavidacomo
elaé.
Até porque vocês não me
toleramsemmutação.
Ospequeninossãomutantes.
Existe algo mais ponderável e
suscetível do que a mente de uma
criança?Seexiste,estáescondidosob
as esculturas do Rodin ou entre as
ripas dotrapiche queavança para o
mar.
Acriançaétransparente.Nítida
e verdadeira. Ser diáfano. Cru.
Indiscreto. Límpido. Sensível e
imparcial.Escancarado.
Experiênciasópticasdeadulto:
nãoperguntejamaisalgoque queira
saber sobre si se não estiver
preparadoparaumarespostarápida,
objetivaesemfrescura.Acriançanão
mede aparências.Não regula o bom
senso.Muitasvezeschegaasercruel
natamanhanitidezdeclareza.
Talvezoquenosfaltehojepara
o mundo regido por patriarcas da
sabedoria é a veste película de
atrocidade pueril dos pequeninos.
“Vinde a mim as criancinhas e ai
daquelesque for contra uma delas”,
disseumcertoandarilhododeserto.
Acabou crucificado. Pelos anciões
respeitáveis da época. Não foi
hostilizadopelospequeninos.
As crianças vestem-se de
purezasemmediresforçosou pesar
rancores. Não se preocupam com o
que dizem e vivem bem. Respiram
felicidadesedescompromissoscoma
realidadeeasexterioridades.
Certa vez, em uma festa
literáriaescolar,umadasalunascom
omeulivronamão,entrounafilade
autógrafos. O escritor aqui, sapiente
emseradulto, fez atrivial pergunta
“gostoudolivro”earespostaouvida
foi um “não”. Curto e retumbante.
Reverberou(emeteoricamenteainda
ecoa) em minha mente de forma
inexorável.Acanetaparoudetraçaro