O Estado de São Paulo (2020-03-13)

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B1 SEXTA-FEIRA, 13 DE MARÇO DE 2020 INCLUI CLASSIFICADOS O ESTADO DE S. PAULO


E&N


Bolsas têm dia de pânico pelo mundo


com maiores quedas em mais de 30 anos


ECONOMIA & NEGÓCIOS


Temor com coronavírus fez Ibovespa fechar em queda de 14,78% após ter os negócios suspensos duas vezes, na maior retração desde


1998; em Nova York, índice Dow Jones caiu 9,9%, pior resultado desde 1987; dólar chegou a bater em R$ 5, mas fechou em R$ 4,


PANDEMIA DO CORONAVÍRUS Empresas perdem R$489 bilhões em valor de mercado em um dia Pág.B4 }


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O mercado financeiro viveu


ontem mais um dia de caos


global por causa da pandemia


do coronavírus. Num cenário


de incertezas em relação ao


impacto na economia mun-


dial, a decisão do presidente


americano, Donald Trump,


de suspender voos entre Eu-


ropa e os EUA deu mais muni-


ção para o pânico dos investi-


dores, que levou as bolsas a


paralisar temporariamente


suas operações ao longo do


dia e a registrarem perdas his-


tóricas, no caso de Nova York


em mais de 30 anos.


No Brasil, a B3 teve de acionar


duas vezes o circuit breaker –


mecanismo que suspende os ne-


gócios por um tempo – durante


o período da manhã e fez uma


interrupção a tarde, quando a


bolsa caia 19%. O Ibovespa só


começou a ter ligeira reação de-


pois que o Federal Reserve


(Fed, o banco central america-


no) decidiu agir para tentar mi-


nimizar os efeitos do coronaví-


rus na economia, injetando


US$ 1,5 trilhão no mercado.


A Bolsa brasileira fechou em


queda de 14,78%, com 72.


pontos – na maior queda desde


setembro de 1998. O dólar, que


chegou a bater os R$ 5 no início


da manhã de ontem, subiu


1,41%, cotado a R$ 4,79. Por


aqui, ajudou no mau humor dos


investidores a derrota do gover-


no na aprovação da Benefício


de Prestação Continuada


(BPC), que deve representar


um gasto adicional de R$ 20 bi-


lhões aos cofres do governo.


“Mas boa parte da reação do


mercado brasileiro continua


sendo provocada pelas notícias


vindas do exterior”, diz o econo-


mista da Tendências Consulto-


ria Integrada, Silvio Campos


Neto. Segundo ele, começa a pe-


sar nas previsões dos investido-


res a possibilidade de uma que-


bradeira entre as empresas, so-


bretudo entre as companhias


aéreas e do setor de serviços.


Com tantas preocupações no


radar, as bolsas mundiais sofre-


ram nova devastação ontem, a


exemplo da B3. Em Wall Street,


os principais índices tiveram


tombos históricos e também


acionaram o circuit breaker. O


Dow Jones despencou 9,99% –


o pior desempenho desde 1987;


o Standard & Poor’s 500, 9,51%;


e o Nasdaq, 9,43%.


Além das medidas do Fed, o


Banco Central Europeu (BCE)


também anunciou um progra-


ma de suporte à economia. Mas


as notícias de que os casos de


coronavírus aumentaram na


Alemanha e na França e eleva-


ram os temores de recessão. A


bolsa de Milão fechou em que-


da de 16,92%; de Madrid,


14,06%; de Frankfurt, 12,24%; e


de Londres, 10,87%.


“Esse pânico extremo está re-


lacionado ao fato de ninguém


saber bem qual será o impacto


na economia. A possibilidade


de termos um ano perdido está


no radar dos investidores”, dis-


se Campos Neto. O Credit De-


fault Swap (CDS) de cinco anos


do Brasil, um termômetro do


risco país, disparou nos últimos


dias, batendo em 370 pontos na


tarde de ontem. Na quarta, esta-


va em 225 pontos. No final de


fevereiro, o CDS era negociado


a 95 pontos. /RENÉE PEREIRA,


GABRIEL BUENO DA COSTA e


ALTAMIRO SILVA JUNIOR

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